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Casa Laudelina sofre novo ataque e denuncia motivação política e racismo

Sede da organização em Campinas foi alvo de depredação no fim de janeiro. Ativistas que fazem parte do projeto classificam ação como expressão de misoginia, fascismo e racismo
Casa Laudelina de Campos Melo após vandalismo nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025.

Casa Laudelina de Campos Melo após vandalismo nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025.

— Arquivo Pessoal

19 de fevereiro de 2025

A Casa Laudelina de Campos Mello, organização voltada à defesa dos direitos das mulheres negras em Campinas (SP), denunciou ter sido alvo de roubo e vandalismo nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025. O espaço, que funciona em um imóvel ocupado desde agosto de 2023, seria transformado no Centro de Memória Laudelina de Campos Mello, homenagem a uma das principais lideranças negras do século XX no Brasil.

A organização afirmou que esta foi a quarta invasão ao local e que além do roubo de móveis, equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos, o ataque teve motivação política, racista e misógina. Segundo a denúncia, os invasores deixaram fezes e sujeira espalhadas pelos ambientes, o que foi interpretado como um ato de ódio contra mulheres negras.

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Resistência e contexto político

A Casa Laudelina informou que tem resistido a ataques recorrentes de grupos de direita e extrema direita na região, que, segundo a organização, são aliados a políticos locais. O movimento também destacou que as duas vereadoras negras do PT na cidade sofrem violência política de gênero e raça, incluindo processos de cassação de mandato.

Apesar do esvaziamento do espaço e das perdas materiais, o coletivo reafirmou seu compromisso com a luta antirracista, feminista e pela defesa dos direitos humanos. 

Campanha #SOSCasaLaudelina

Para garantir a continuidade do projeto, a Casa Laudelina lançou a campanha #SOSCasaLaudelina, convocando apoio da sociedade civil, movimentos sociais e ativistas antirracistas. O objetivo é reconstruir o espaço e fortalecer a luta contra a violência racial e de gênero.

A mobilização busca doações e voluntários para a reconstrução da sede, localizada na Av. Cardeal Dom Agnelo Rossi, 350, Vila Padre Anchieta, Campinas (SP).


Doações podem ser feitas via Pix: [email protected]. Mais informações disponíveis na página da ocupação.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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