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Caso André Luiz: Vídeo pode provar inocência de homem negro acusado de roubo

A mãe do vigilante, de 27 anos, afirma que o vídeo da câmera de segurança, que mostra o verdadeiro autor do crime, não foi anexado às provas do caso pela antiga defesa

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nataly Simões | Imagem: Acervo Pessoal

Imagem mostra André Luiz, sorrindo e com uma camisa branca.

19 de maio de 2021

Imagens de câmeras de segurança dos Correios podem provar a inocência do vigilante André Luiz Gomes (27) preso desde março acusado de fazer parte de uma quadrilha de roubo de cargas, no Rio de Janeiro. Segundo a mãe Elizete Gomes, os antigos advogados de defesa do filho não anexaram nas provas o vídeo, que mostra Victor Felizardo, apontado pelos familiares de André como o verdadeiro integrante da quadrilha, descarregando do veículo mercadorias roubadas. 

A mãe de André, mais uma vez, recorreu à imprensa para dar visibilidade ao caso do filho.  Elizete acredita que se o vídeo for anexado às provas é possível que o filho seja solto e a sentença de 7 anos e 6 meses de prisão anulada.

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“Escrevo esta carta pedindo ajuda a partir do contato com a Alma Preta. Peço à imprensa geral para que, por favor, ajude o meu filho, que está sendo confundido com um rapaz que já é falecido. Eu não aguento mais ver o meu filho atrás das grades, sofrendo por uma coisa que não fez. Por favor, me ajudem a divulgar a prova da inocência do meu filho, que é o vídeo”, desabafa Elizete.

Leia também: ‘Família compara fotos para tentar provar inocência de acusado de roubo’

Insatisfeita com o desempenho da antiga defesa de André, a mãe do vigilante levantou outras provas para contribuir com a justiça, como a folha de ponto do trabalho do filho da mesma data em que ocorreu o assalto no qual André é acusado de participar. Outra possível prova é o depoimento da viúva de Victor, que a família afirma ser o verdadeiro integrante da quadrilha. A imagem mostra a manifestação a favor da soltura de André Luiz. Familiares e amigos se reuniram em frente à Vara de Execuções Penais, no Centro do Rio de Janeiro, para pedir pela liberdade de André Luiz. | Foto: Reprodução/YouTube

No começo de maio, André foi transferido para o Instituto Penal Benjamin de Moraes Filho – SEAPBM Bangu, no Rio de Janeiro. A transferência possibilitou Elizete a visitar o filho. Ela não o via desde o dia 3 de março, data em que ele foi preso.

Um novo advogado foi contratado pela família e no momento estuda o caso para a defesa. O profissional optou por não se pronunciar à reportagem enquanto estuda a situação de André. O processo está arquivado e o primeiro passo  solicitado pela defesa à Justiça é o desarquivamento.

De acordo com o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), não há data para o julgamento do recurso anteriormente solicitado. Já a Polícia Federal afirma que não irá se pronunciar sobre investigações em andamento.

Relembre o caso

André Luiz de Oliveira Gomes, de 27 anos, foi preso no começo de março acusado de participar da formação de uma quadrilha envolvida em 50 roubos de carga dos Correios, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A família afirma se tratar de um engano e desde então tenta provar a inocência de André por meio da divulgação de fotos comparativas entre ele e o homem que dizem ser o verdadeiro autor do crime, chamado Victor Felizardo, falecido em 2019 em decorrência de uma trombose. No mesmo ano da morte de Victor, a quadrilha foi detida.

À Alma Preta Jornalismo, a viúva de Victor afirmou que quem aparece nas imagens da câmera de segurança, que mostram cenas do assalto, não é André, e sim seu antigo companheiro. Para familiares e amigos de André, a prisão foi motivada por racismo, visto que o rapaz é um homem negro que foi confundido com outro homem negro.

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