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Coletivos realizam assistência jurídica gratuita na Região Metropolitana do Recife

O Favelas Camarás e o Grupo Além das Grades fecham parceria para atender a população periférica do município de Camaragibe no início do mês de setembro; inscrições para beneficiários e voluntários estão abertas

Texto: Victor Lacerda I Edição: Lenne Ferreira I Imagem: Divulgação

31 de agosto de 2021

Os moradores da região periférica do município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, receberão assistência jurídica gratuita no próximo mês. A ação é proposta pelo Grupo Além das Grades em parceria com o coletivo local Favelas Camarás. Marcada para o dia 11 de setembro, a atividade, que está com agendamento aberto via formulário de inscrição, prevê maior procura de mulheres e de jovens negros.

Em conversa com a Alma Preta Jornalismo, a articuladora social e coordenadora do Favelas Camarás, Biatriz Santos, diz que o encontro entre as organizações para dar início ao projeto se deu por trabalhos prévios realizados. “O nosso coletivo já existia e atuava, principalmente, no combate à crise sanitária que estamos vivendo. No dia a dia em contato com as comunidades, percebemos que havia uma grande quantidade de mulheres, muitas delas mãe solo, em situação de vulnerabilidade e que precisavam submeter processos de pensões alimentícias. Fora isso, relatos de jovens que, por diversos fatores, acabam cometendo pequenos furtos ou se envolvendo com o tráfico de drogas”, pontua. 

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Ciente de uma necessidade constante de acolhimento e auxílio no acesso à justiça e as informações que envolvem a área, as duas organizações estão, em conjunto, traçando um levantamento de perfis dos casos para uma atuação mais efetiva na localidade. Além dos processos citados, violência doméstica, aborto, estelionato e roubo estão presentes no ranking de maiores queixas de falta de acompanhamento. 

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“Estamos tratando de um município que não tem tanto engajamento com movimento social, por isso é de suma importância essa parceria. Existe aí um processo muito bem articulado para que esses corpos negros sejam submetidos à negação de direitos. Enquanto o próprio governo e gestão municipal negam esse acessos, nós, enquanto defensores dos direitos humanos vamos criando fissuras a partir das nossas articulações de base nas comunidades para que essa população consiga, sobretudo, combater o genocídio”, dispara a coordenadora. 

Visando maior apoio e participação, o projeto ainda realiza uma chamada de estudantes e advogadas/os para auxiliarem no atendimento. As inscrições estão sendo realizadas via formulário e conta com a participação de atuantes nas mais diversas áreas da justiça. Para Biatriz, a junção participativa de profissionais e estudantes encaminhará uma nova perspectiva do que se é justiça dentro das periferias de Camaragibe. 

“Estamos tratando de ambulantes, pessoas desempregadas, sem renda e que, até antes do primeiro emprego, tiveram algum envolvimento com a justiça e não souberem como e a quem recorrer. Estamos realizando esse trabalho na perspectiva que a população enxergue novos rumos e que possamos, de fato, ajudá-los no acesso a informação e em suas defesas”, finaliza.

Para mais informações sobre inscrições, basta acessar o link. O projeto ressalta que o atendimento será exclusivo para pessoas em vulnerabilidade social e maiores de 18 anos. 

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