Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Sem cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Sem cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Sem cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Sem cookies para exibir.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Com desemprego em alta, doações durante a pandemia não dão conta do recado

2 de setembro de 2020

População negra segue afetada pela crise provocada pela Covid-19 e com a falta de empregos formais organiza mecanismos para sobreviver

Texto: Edda Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução

PUBLICIDADE

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Morador do bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, o estudante Gustavo Alves, 38 anos, está às vésperas de largar a graduação em Direito, que cursa na Universidade Estácio. O motivo principal: a renda despencou desde março, com o início do isolamento por conta da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus. Ele e milhões de outros brasileiros tiveram suas rotinas alteradas com atraso de contas e redução de dinheiro em casa. Após seis meses, a situação não mudou.

Alves, por 19 anos, trabalhou como livreiro na PUC-Rio e saiu do emprego fixo na universidade para cursar Direito. Como não poderia ficar sem trabalho, entrou para o ramo de vendas, comercializando quentinhas no bairro onde mora. Com redução da clientela e baixa de 70% de sua renda, atrasou contas básicas de casa e o auxílio do sustento de duas filhas. “Agora deu tudo para trás. Cheguei a enviar currículos para lojas, mas está tudo fechado, só agora começa a retornar”, conta.

Outra saída para o estudante foi pedir ajuda via doações. Em junho, Alves criou uma campanha para arrecadar doações para sobreviver e também não precisar desistir do curso superior, mas o prazo está ficando curto. “Talvez tenha mesmo que desistir do curso”, lamenta.

Desemprego e pandemia

O desemprego não é novidade só enquanto o vírus adoece e tira vidas no Brasil. Segundo o Mapa da Desigualdade, lançado pela Casa Fluminense, o município de São Gonçalo está entre os 17 com a média mais baixa de número de empregos formais a cada 100 habitantes. O trabalho informal é a saída, por outro lado, nem todo mundo consegue manter as contas pagas com essa modalidade de emprego.

O coordenador executivo da Casa Fluminense, Henrique Oliveira, defende que a conjuntura da pandemia acirrou ainda mais as desigualdades. “Já havia no Rio de Janeiro uma crise econômica, o nível de desemprego já era alto no pré-pandemia. Os que perderam emprego rapidamente foram para uma situação de vulnerabilidade social, alimentar, insegurança, entre outros”, explica.

Outro elemento crucial para garantir a assistência da população fluminense seriam os CRAS – Centros de Referência de Assistência Social. Segundo o Mapa, apenas sete dos 22 municípios ultrapassam a marca de 5 mil famílias cadastradas pela rede de assistência social.

Outro cenário preocupante para o coordenador é o adiamento do Censo Demográfico, até então marcado para 2021. “É a principal base de dados do país, mostrando informações por domicílio, raça, a situação de pessoas negras e outros cruzamentos que podemos fazer para ter uma fotografia mais expressiva do impacto sobre a desigualdade”, sustenta Oliveira.

Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um grupos de jovens criou o Coletivo 81, a fim de auxiliar pessoas em situação vulnerável. Apesar do objetivo mensal de R$ 400 para ações de distribuição de marmitas, o coletivo acaba por tirar dinheiro do próprio bolso. A renda é convertida também em brinquedos e remédios. “Mapeamos locais mais carentes da nossa região e tentamos atuar nas situações mais urgentes, como pessoas em situação de rua”, diz José Oliveira, um dos integrantes e morador de Campo Grande, um dos bairros mais afetados pela Covid-19.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano