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Comitê de Saúde da População Negra e Quilombola recebe prêmio por combate à doença falciforme

Premiação celebra esforços na promoção de políticas públicas e na melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença, especialmente a população negra
Imagem mostra duas mulheres negras recebendo o Prêmio João Batista, pela atuação do Comitê de Saúde da População Negra e Quilombola do Governo de Minas na luta contra a doença falciforme.

Foto: Divulgação/SES-MG

3 de janeiro de 2025

O Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) foi agraciado com o Prêmio João Batista – Amigo da Pessoa com Doença Falciforme.

Instituído pela Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Minas Gerais (Dreminas), o prêmio homenageia iniciativas que promovem os direitos e a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença.

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O prêmio leva o nome de João Batista, um dos fundadores da Dreminas, que transformou sua vivência com a doença em inspiração para ajudar outras pessoas. 

Segundo Maria Zenó Soares da Silva, presidente da Dreminas, o prêmio reflete a gratidão às pessoas e instituições que tratam a doença falciforme com sensibilidade e empenho.

“Criamos este prêmio para homenagear o nosso amigo João Batista e agradecer àqueles que transformam nossa dor em alegria, promovendo políticas e ações que respeitam as peculiaridades dessa condição”, afirmou Maria Zenó em nota.

Reconhecimento ao trabalho do Comitê

Com sete anos de atuação, o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola tem se destacado na articulação entre órgãos públicos, movimentos sociais e academia. Rosa Maria dos Santos, referência técnica da SES-MG, celebrou o reconhecimento.

“Esse prêmio é o resultado de anos de trabalho em favor da Política Estadual da População Negra e Quilombola. Ele reforça a importância de um plano operativo que organiza a assistência às pessoas com doença falciforme e fortalece a equidade no sistema de saúde”, disse Rosa.

O Comitê é composto por uma ampla rede de parceiros, incluindo a SES-MG, Fundação Hemominas, Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, Conselhos de Saúde e comunidades quilombolas.

Impacto da doença falciforme na população negra

Dados recentes revelam o impacto desproporcional da doença falciforme na população negra. Entre 2012 e 2023, as internações por essa condição cresceram 47% no Brasil, atingindo um recorde de 14.946 internações em 2023, das quais 74,7% foram de pessoas negras.

Um estudo da Cátedra Çarê-IEPS, dedicada a investigar desigualdades raciais na saúde, apontou que a média mensal de internações entre negros é quase três vezes maior do que entre brancos (571 contra 193). A taxa de mortalidade também é preocupante, com uma média de 30,4 óbitos por mil habitantes para a população negra, enquanto entre brancos essa média é de 6,28.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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