O Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) foi agraciado com o Prêmio João Batista – Amigo da Pessoa com Doença Falciforme.
Instituído pela Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Minas Gerais (Dreminas), o prêmio homenageia iniciativas que promovem os direitos e a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença.
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O prêmio leva o nome de João Batista, um dos fundadores da Dreminas, que transformou sua vivência com a doença em inspiração para ajudar outras pessoas.
Segundo Maria Zenó Soares da Silva, presidente da Dreminas, o prêmio reflete a gratidão às pessoas e instituições que tratam a doença falciforme com sensibilidade e empenho.
“Criamos este prêmio para homenagear o nosso amigo João Batista e agradecer àqueles que transformam nossa dor em alegria, promovendo políticas e ações que respeitam as peculiaridades dessa condição”, afirmou Maria Zenó em nota.
Reconhecimento ao trabalho do Comitê
Com sete anos de atuação, o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola tem se destacado na articulação entre órgãos públicos, movimentos sociais e academia. Rosa Maria dos Santos, referência técnica da SES-MG, celebrou o reconhecimento.
“Esse prêmio é o resultado de anos de trabalho em favor da Política Estadual da População Negra e Quilombola. Ele reforça a importância de um plano operativo que organiza a assistência às pessoas com doença falciforme e fortalece a equidade no sistema de saúde”, disse Rosa.
O Comitê é composto por uma ampla rede de parceiros, incluindo a SES-MG, Fundação Hemominas, Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, Conselhos de Saúde e comunidades quilombolas.
Impacto da doença falciforme na população negra
Dados recentes revelam o impacto desproporcional da doença falciforme na população negra. Entre 2012 e 2023, as internações por essa condição cresceram 47% no Brasil, atingindo um recorde de 14.946 internações em 2023, das quais 74,7% foram de pessoas negras.
Um estudo da Cátedra Çarê-IEPS, dedicada a investigar desigualdades raciais na saúde, apontou que a média mensal de internações entre negros é quase três vezes maior do que entre brancos (571 contra 193). A taxa de mortalidade também é preocupante, com uma média de 30,4 óbitos por mil habitantes para a população negra, enquanto entre brancos essa média é de 6,28.