Em um país onde o empreendedorismo feminino cresce, as mulheres negras enfrentam desafios únicos. Segundo a última pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em 2021, 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras, mas enfrentam desigualdades profundas de renda e visibilidade. A plataforma Compre de uma Mãe Preta surge como um espaço inovador e essencial, atuando como a primeira vitrine de afroempreendedorismo para mães pretas, pardas e afro-indígenas.
Desde 2020, a iniciativa fomenta negócios diversos, promovendo renda e visibilidade enquanto enfrenta o racismo estrutural e promove a igualdade de gênero.
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Liderada pelas empreendedoras e matrigestoras Tuanny Mille e Rosyane Silwa, a Compre de Uma Mãe Preta é uma plataforma que surgiu, em São Paulo, movida pela necessidade de criar um espaço inclusivo e representativo, promovendo visibilidade, autoestima e vendas para mães pretas, pardas, indígenas, imigrantes e refugiadas que empreendem, conectando-as a oportunidades de crescimento econômico e fortalecendo suas autonomias financeiras.
A CEO da Compre, Rosyane Silwa, mãe de Nzinga, de cinco anos, vê seu trabalho como uma semente para um futuro próspero e de bem viver para as crianças e mulheres pretas.
“Somos as fundadoras da primeira startup de impacto social voltada para mães negras que empreendem. Nosso trabalho tem um impacto direto na vida dessas mulheres, ajudando a criar oportunidades de crescimento econômico, visibilidade e apoio. Nossa atuação permite que elas se desenvolvam como empreendedoras e fortaleçam sua autonomia financeira, além de promover uma rede de suporte e representatividade essencial. Ao apoiar essas mães, estamos também impactando suas famílias e comunidades, criando um círculo de impacto social positivo que vai muito além do empreendedorismo”, explica.
Mãe de Betânia, de cinco anos, Tuanny Miller, CMO da iniciativa, acredita na importância do protagonismo da mulher dentro da economia criativa.
“Empreender foi necessário para mim, tanto para minha estabilidade financeira quanto para mobilização social. Desde o meu início, no movimento hip-hop, onde levava oficinas gratuitas de dança, grafite e cultura para a periferia, que me abriu diversas portas, depois na organização da Feira Kilombo das Kitandeiras, espaço para empreendedoras pretas de Franca e região, ao meu primeiro empreendimento, Pretas Arteiras, no qual produzia bijuterias afro-referenciadas, criei o Ateliê Kekêre, com roupas infantis sustentáveis, inspirado pelo desejo de ser mãe”, conta.
Plataforma de marketplace
A Compre de Uma Mãe Preta, que já faturou mais de R$ 100 mil em vendas nesses quatro anos, com mais de 150 mães empreendedoras cadastradas, lançou em fevereiro uma plataforma de marketplace que amplia a conexão com empreendedoras de todo o Brasil.
O que antes era uma plataforma com uma Kitanda Virtual (uma espécie de vitrine onde é possível conhecer a história e os negócios das mulheres que fazem parte da rede), agora vai conectar quem quer comprar com o propósito de quem quer vender, levando mulheres cadastradas a venderem para outras empresas, dando mais visibilidade para elas.
Para conferir, acesse o site da Compre de Uma Mãe Preta.