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Comunidade indígena no Paraná sofre ataque na noite de Réveillon

De acordo com denúncia do Conselho Missionário Indigenista, este foi o terceiro ataque consecutivo contra os indígenas Avá Guarani
Foto mostra o ferimento de indígena da comunidade Guasu Guavirá, localizada no Paraná.

Foto: Reprodução / CIMI

2 de janeiro de 2025

No Paraná, a comunidade indígena Yvy Okaju, da etnia Avá Guarani, foi alvo de ataques pelo terceiro dia consecutivo, na madrugada do réveillon (31). Segundo  denúncia do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os invasores incendiaram parte da Terra Indígena (TI) Tekoha  Guasú Guavirá, localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa. 

Além de destruir barracos e vegetação, os agressores utilizaram projéteis contra os moradores. Um indígena foi ferido na ação. O território foialvo de outras duas investidas criminosas nos dias 29 e 30 de dezembro, que, de acordo com as denúncias, contou com incêndios, armas de fogo e bombas.

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Ao Conselho, uma das lideranças da etnia informa acreditar que a ação se tratou de um ataque premeditado. 

“Tudo leva a crer que era uma emboscada, provavelmente usariam o clarão do fogo e dos rojões para alvejar quem chegasse no local, mas antes de eles botarem fogo os indígenas chegaram, aí eles dispararam vários tiros e um atingiu o braço”, declarou a liderança.

Na nota, os aldeados que estavam no momento do crime expõem que a área está sem a proteção da Força Nacional de Segurança Pública, destacada pelo Ministério da Justiça e Segurança (MJSP) no dia 22 de novembro para realizar a proteção dos Avá Guarani. 

“Força Nacional não tem nenhuma viatura na aldeia, e os brancos estão atirando. Estamos cansados de pedir socorro e ninguém está nos ouvindo. Estamos cansados de levar chumbo”, expressou uma indígena que presenciou o ataque.

Histórico de conflito em 2024

O território Indígena Tekoha Guasú Guavirá foi alvo de constantes ataques ao longo do último ano. A área, reconhecida pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) em 2018, abriga uma população de 1.360 mil indígenas, em mais de 24 mil hectares.

Em retomada pelos indígenas desde junho de 2024, o território passa por diversos conflitos judiciais, morosidade no processo de demarcação e violentos ataques por ruralistas. Entre os casos denunciados anteriormente pela Cimi, duas crianças e um adulto ficaram desaparecidos após fazendeiros invadirem e incendiarem a região.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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