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7 objetos que policiais confundiram com armas de fogo e atiraram

7 de junho de 2019

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontaram os indicadores de vítimas de ação policial no país

Texto / Lucas Veloso I Imagem / Reprodução I Edição / Pedro Borges

Saco de pipoca, guarda-chuva, carro. Esses são alguns objetos comuns que se tornaram suspeitos nas mãos de negros para policiais militares.

A seletividade da violência policial, estatística comprovada nos relatórios de violência no país, é mais uma face do racismo no Brasil.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2017, foram 63.880 homicídios no país, uma média de sete assassinatos por hora. Do total, 5.144 pessoas foram mortas por policiais, o que significa na prática 14 execuções diárias causadas por agentes de segurança do Estado.

Entre 2015 e 2016, a polícia matou o triplo de negros do que de brancos, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2017. Foram 963 mortes de brancos contra 3.240 mortes de negros, cometidas por policiais de folga ou em serviço.

O Alma Preta selecionou alguns exemplos de como a seletividade racial dos agentes de segurança do Estado colaboram para o aumento dos índices de violência.

Taco de sinuca

José Messias Guedes Oliveira, jogador profissional de sinuca, foi morto depois que o carro em que ele estava, junto de outros três jogadores, foi confundido com o de criminosos em uma abordagem policial no Ceará. Os amigos estavam indo para o um campeonato de sinuca naquele fim de semana. A Polícia confundiu o taco de sinuca com uma arma e matou o competidor.

Furadeira

João Vitor Dias Braga tinha 22 anos e foi morto durante confronto entre policiais e traficantes, na comunidade Santa Maria, no Rio de Janeiro. A família acusou a Polícia Militar de ter confundido o jovem com criminosos por ele carregar uma furadeira. Segundo a mãe do rapaz, Carla Dias Braga, o filho saiu de casa para realizar um serviço na barbearia de um amigo. Para fazer o trabalho, João Vitor levou uma furadeira.

Saco de pipoca

Aos 16 anos, Jhonata Dalber Mattos Alves, morreu em junho de 2016, na zona norte do Rio de Janeiro. O menino segurava um saco de pipocas, que foi buscar na casa de uma tia que mora no Morro do Borel, na Tijuca. O doce seria levado para a festa junina na creche onde seu irmão mais novo estudava.

Celular

Em Belo Horizonte, Paulo César Miranda, de 27 anos, morreu porque estava com celular no bolso. O objeto foi confundido com uma arma. Em depoimento, o militar disse que a atitude de tirar o celular do bolso foi suspeita, algo negado pelas testemunhas. O certo é que houve um tiro na cabeça do rapaz, que acabou sem vida.

Ferramenta

Um sargento da Polícia Militar baleou e matou Jorge Lucas Paes e Tiago Guimarães com um único tiro no Rio de Janeiro. O PM confundiu um macaco de trocar pneu, que estava com um dos rapazes, com uma arma. Os dois eram mototaxistas.

Guarda-chuva

Rodrigo Alexandre da Silva Serrano, 26, desceu para esperar sua esposa, e filhos, na entrada da favela Chapéu Mangueira, no Rio de Janeiro. Estava chovendo e, por isso, levou um guarda-chuva. Rodrigo também estava com um “canguru”, usado para carregar crianças. Os policiais acharam que o canguru era um colete à prova de balas e o guarda-chuva, uma arma. Isso foi o suficiente para o jovem levar três tiros.

Carro

Emile da Costa, de 9 anos, estava no carro com os pais, quando foi atingida por dois tiros nas costas. Em depoimento, um soldado afirmou que o carro da família tinha as mesmas características de um veículo suspeito.

Carro

Conhecida como a chacina de Costa Barros, a tragédia foi conduzida por policiais que deram 111 tiros em um carro onde tinham cinco meninos, que voltavam para casa depois de comemorarem o primeiro salário de um deles. Na hora dos disparos, Wesley, Cleiton, Carlos Eduardo e Roberto, de 16 a 25 anos, só gritaram: “É morador”. Não adiantou. Todos os cinco foram executados.

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