PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

‘Criação de notícias falsas é uma estratégia política’, avalia jornalista

14 de outubro de 2019

No quinto episódio do Papo Preto, podcast do Alma Preta, o assunto discutido foi a disseminação de fake news

Nas eleições de 2020, os brasileiros vão escolher quais serão os prefeitos e vereadores dos próximos quatro anos. Nesse período, os eleitores devem ficar atentos à disseminação de notícias falsas. Os efeitos das fake news no debate político é o tema do quinto episódio do Papo Preto, podcast do Alma Preta, que traz um bate-papo com profissionais da área jornalística.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Rosane Borges, professora e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, explica que as fake news não se tratam de erros de apuração do jornalista. “As notícias falsas não são erros do profissional que as escreve, como uma data errada ou um nome escrito errado. Elas estão necessariamente vinculadas a fatos que não existem para servirem de apoio, por exemplo, à uma crença”, conta.

A conversa também contou com a participação de Ronaldo Matos, jornalista do Desenrola E Não Me Enrola. O portal de notícias atua na veiculação de informação sobre os fatos socioculturais ocorridos na periferia de São Paulo.

Para Matos, a disseminação de fake news é um dos resultados do vazamento de dados pessoais. “É um processo que não existe por acaso. É uma estratégia política”, destaca.

Ele lembra que em setembro de 2018, um mês antes das eleições presidenciais, o Facebook comunicou que os dados pessoais de cerca de 50 milhões de usuários foram vazados por uma brecha na segurança da plataforma.

Em março do mesmo ano, também foi revelado o escândalo envolvendo o vazamento de dados pessoais de mais de 87 milhões de usuários no mundo. As informações coletadas irregularmente pela consultoria britânica Cambridge Analytica teriam sido usadas em 2016 para montar uma estratégia de campanha do presidente norte-americano Donald Trump.

Paulo Talarico, editor-chefe de jornalismo da Agência Mural, também participou do bate-papo. Ele adianta que as fake news farão da cobertura das eleições nas periferias da Grande São Paulo desafiadora.

“Temos que estar vigilantes com as notícias falsas o tempo todo, pois os municípios da região metropolitana têm menos veículos de imprensa independente”, avalia. “Nosso trabalho será desafiador e estamos nos preparando para mostrar para as pessoas que vivem na periferia a importância do trabalho dos vereadores, que são as figuras políticas mais próximas da realidade deles”, conclui.

O podcast

A obra escolhida para ilustrar o episódio é “Gargalheira: Quem falará por nós”, de Sidney Amaral. O bate-papo completo está disponível no Spotify.

O Papo Preto é apresentado pelo jornalista e editor-chefe do Alma Preta, Pedro Borges. Os episódios vão ao ar quinzenalmente com assuntos relevantes à população afro-brasileira, como autoestima e combate ao racismo.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano