PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Crianças negras e indígenas são as que mais morrem por Covid-19

Pesquisa indica que 57% das crianças mortas pela covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia, eram negras

A imagem enquadra duas crianças, sendo uma criança negra no lado direito e uma criança indígena do lado esquerdo. Eles usam blusas com cores amarelo e nude e usam uma máscara contra a covid-19

Foto: Foto: Pexels/Ketut Subiyanto

11 de janeiro de 2022

Vulnerabilidade social, falta de acesso a serviços públicos e desigualdade sociorracial são alguns dos fatores que tornam as crianças negras e indígenas de até dois anos as maiores vítimas fatais do coronavírus, segundo levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 1000 dias (OOBr Covid-19 1000 dias).

O cenário se torna ainda mais grave quando se trata de crianças negras e de baixa renda, segundo destaca a epidemiologista Fátima Marinho, da Vital Strategies, organização global de saúde, responsável por realizar um levantamento sobre crianças e Covid-19.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

“A criança que está morrendo de Covid-19 é a pobre, negra, que mora em favelas ou cidades menores. De famílias que são obrigadas a continuar trabalhando”.

Com base nos dados do SIVEP Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe), do Ministério da Saúde, o levantamento aponta que desde o início da pandemia, 57% das crianças de até dois anos que morreram pela covid-19 no Brasil eram negras. As crianças brancas totalizaram 21,5%, seguida pelas amarelas (origem asiática), com 0,9%. Sendo que 16% não tiveram a raça identificada.

O número de mortes de crianças indígenas também foi expressivo. De março de 2020 a abril de 2021, foram registrados 12.048 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid em bebês de até dois anos, sendo que, desse total, 8.273 registros possuem informações sobre raça/cor. Em 28% dos casos, as crianças indígenas foram vitimadas pela doença.

Ainda conforme o levantamento, as crianças indígenas têm cinco vezes mais chances de óbito em casos de SRAG por Covid-19 do que uma criança branca na mesma faixa etária com um diagnóstico similar.

Em uma análise mundial, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes de crianças de até 14 anos na pandemia, totalizando 3.198 óbitos. O país fica atrás apenas do Peru.

Leia também: Covid-19: qual a melhor máscara para usar diante da variante Ômicron?

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano