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Crianças negras morreram mais pela Covid-19, diz pesquisa

São Paulo é o estado com o maior número de internações em todo o país e o Brasil é o segundo país no ranking de mortalidade infantil em decorrência do coronavírus

Texto: Redação | Imagem: Reprodução/Shutterstock

A imagem mostra a mão de uma criança, que está deitada, aparentemente sem vida

23 de junho de 2021

Dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância da Gripe) apontam que as crianças negras foram as que mais morreram por conta da Covid-19 no Brasil. Dos óbitos infantis pelo novo coronavírus, 57% são de crianças negras. Dentre as crianças indígenas, os números também são expressivos, com 4,4% das mortes – levando em consideração que o grupo representa 0,5% da população brasileira.

A pesquisa mostra também que 21,5% das vítimas são crianças brancas, 0,9% são menores de origem asiática, e 16% não tiveram raça ou etnia indicada. A partir destas informações, o levantamento divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que o país é o segundo com mais mortes de crianças pela Covid-19 no mundo, atrás apenas do Peru.

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A análise, que conta com a colaboração do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta que a cada um milhão de crianças de zero a 9 anos no Brasil, 32 morreram de Covid. No Peru, primeiro lugar no ranking, o índice é de 41 crianças. Em 2021, o Sivep-Gripe registrou que os bebês de até dois anos foram as principais vítimas dentre as crianças: 32,7% das mortes.

Para o resultado, foi calculada a taxa de mortes por milhão de habitantes, divididas pelo número de óbitos de crianças pela Covid-19. Os números correspondem ao período de março de 2020 até maio de 2021.

São Paulo é o estado com mais internações de crianças

O Sudeste, segunda menor região do Brasil, mostra os seguintes dados: no Espírito Santo aconteceram 98 internações e 14 mortes; em Minas Gerais, 819 internações e 50 mortes de crianças. Já São Paulo traz o maior índice de internações no Brasil todo: 3.292 ocorrências, que ocasionaram 101 óbitos. No Rio de Janeiro, 1.337 intercorrências médicas pela Covid-19 foram registradas e 80 crianças morreram.

No Amazonas, pertencente à região Norte do Brasil, foi registrada a morte de 71 crianças, com índice de 1.200 internações. Das 20 intercorrências médicas do estado de Roraima, 11 menores de 9 anos morreram, número expressivo se comparado ao Pará, que teve 859 internações e 69 mortes.

No Acre, das 17 internações por Covid-19, 5 resultaram em morte de crianças, bem como no Tocantins, estado que registrou 172 internações. Em Rondônia, dos 135 dos acolhimentos médicos infantis, 5 resultaram em mortes, mesmo número de óbitos que o Amapá, local em que 331 crianças foram internadas.

No Nordeste do Brasil, os números são os seguintes: 164 internações e 24 óbitos de menores de 9 anos no Maranhão; 218 acolhimentos médicos e 16 óbitos no Piauí; e 652 internações, que resultaram em 92 mortes infantis no Ceará.

O Rio Grande do Norte registrou 139 internações e 12 mortes; na Paraíba, 264 intercorrências médicas pela Covid-19 foram registradas em crianças, resultando em 21 óbitos; e em Pernambuco, 93 crianças morreram – índice de 804 internações médicas.

Sergipe apontou 845 internações, em que 60 crianças faleceram; já a Bahia, estado que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem o maior número de crianças negras, perdeu 58 menores, contabilizando 856 internações. Em Alagoas, 33 crianças morreram a partir de um índice de 391 acolhimentos médicos.

Já no Centro-Oeste brasileiro, o estado de Goiás perdeu 10% (22) de suas 222 crianças internadas pela Covid-19. No Mato Grosso, das 527 internações, 19 resultaram em morte. Mato Grosso do Sul registrou 148 intercorrências médicas e 8 óbitos; e no Distrito Federal, 6 menores de 9 anos morreram em um índice de 349 internações.

Por último, a região Sul do Brasil mostra as seguintes informações, segundo a Sivep-Gripe: o Paraná, que teve 465 internações, perdeu 17 crianças para a doença; Santa Catarina registrou 334 internações e 25 mortes; e Rio Grande do Sul internou 435 menores de 9  anos em decorrência da Covid,  sendo que 16 crianças não sobreviveram.

Leia também: ‘PL 813/19: quando esperar não é uma escolha’

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