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Crise climática: casos de dengue, zika e malária podem crescer no Brasil

Plataforma AdaptaBrasil mostra que doenças têm impacto direto em populações mais vulneráveis
Imagem mostra duas agentes públicas durante ações para combater a dengue.

Foto: Reprodução

18 de dezembro de 2023

As mudanças climáticas apresentam riscos significativos que podem resultar na proliferação de vetores no Brasil, como o mosquito Aedes aegypti e, em consequência, ao agravamento de doenças transmitidas por esses vetores, como dengue, zika e chikungunya. 

A informação é da AdaptaBrasil, plataforma que mostra os potenciais riscos das mudanças climáticas no país em diversas áreas. A iniciativa é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dados, divulgados no domingo (17), também indicam uma expansão de outras enfermidades como malária, leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral.

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A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública do país e tem apresentado um crescimento preocupante. Um estudo da Universidade Estadual do Ceara (UECE) revelou que foram notificados mais de 1.400.000 casos de dengue em 2022, representando aumento de 165,36% em relação ao ano anterior. Destes, 53% tiveram prevalência no sexo masculino, sendo 68,4% dessas pessoas pretas e pardas

A incidência de doenças infecciosas e parasitárias a partir de alagamentos provocados por desastres naturais ou eventos climáticos extremos em grandes centros urbanos também deve crescer no Brasil. Isso se explica, pois a dificuldade na drenagem de águas após as chuvas e as falhas na coleta de lixo e esgoto configuram cenários propícios para surtos de leptospirose.

Considerando a mudança climática como algo que já está afetando a sociedade brasileira, a iniciativa pretende ser uma ferramenta para o planejamento territorial de ações setoriais, como a área da saúde.

Para chegar ao resultado, a pesquisa considerou diversos fatores, entre eles as temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada. Esses elementos foram considerados para estabelecer a relação entre a presença do vetor, representado pelos mosquitos transmissores das diversas doenças em análise. A plataforma também avalia a vulnerabilidade e a exposição da população a esses vetores.

Dentro dos elementos que realmente compõem o risco de impacto, como vulnerabilidade e exposição, os gestores municipais podem identificar indicadores que apontam para um possível agravamento da incidência de determinada doença. Além disso, a sociedade civil pode utilizar os dados da plataforma como base para tomar decisões e implementar ações, agindo de maneira a reduzir o nível de risco.

Segundo a equipe responsável pelo projeto, uma melhoria das condições de vida, saúde e infraestrutura são medidas que contribuem muito para que a população fique menos exposta a essas doenças. Isso possibilita abordagens mais sistemáticas no combate, envolvendo planejamento territorial, atendimento e intervenções emergenciais em saúde.

No momento, a AdaptaBrasil está trabalhando em dados referentes à dengue e à zika. Os resultados deverão ser divulgados no início de 2024. Já os dados da chikungunya estão previstos para lançamento ao longo do próximo ano.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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