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Desfile de moda denuncia o genocídio negro no Rio de Janeiro

7 de novembro de 2018

Festa Literária das Periferias (FLUP) e o Instituto Zuzu Angel apresentaram o desfile de moda Preta-Porter, com críticas ao genocídio negro, durante a 7° edição da FLUP, no Rio de Janeiro

Texto / Pedro Borges
Imagem / Francisco Costa

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A FLUP e o Instituto Zuzul Angel organizaram o desfile de modativismo Preta-Porter, com uma denúncia sobre o genocídio negro, durante a 7° edição do evento no Rio de Janeiro. A apresentação ocorreu na Biblioteca Parque Estadual, na Pequena África, se iniciou às 20h30 e contou com a presença de cerca de 700 pessoas

Foram selecionados 12 estilistas negros, sob a curadoria de Izabella Aurora Suzart, designer e estilista, para denunciar a histórica violência de Estado praticada contra o povo negro, e em especial aos jovens. Acompanharam de perto o desfile mães que perderam os filhos, vítimas da truculência policial.

FLUP genocidiocorpoDaniela Izabel, modelo participante do Preta-Porter, acredita que a arte tem um grande potencial para dialogar com diferentes públicos sobre problemas atuais e sensíveis.

“O desfile aproveita a arte para falar dessa importância, para conscientizar de uma maneira outra, não muito acadêmica, que chega mais fácil nas pessoas. A imagem penetra muito mais fácil e causa um entendimento muito maior”.

A modelo também destaca a importância da mensagem enviada pelo desfile. No ano de 2017, 62.517 pessoas foram vítimas de homicídio no Brasil, de acordo com o Atlas da Violência. Desse total, 71,5% eram pretos ou pardos, autodeclarações que compõem o grupo racial negro, segundo o IBGE.

“O desfile para mim diz muito. Ele diz “Parem de nos matar”, diz “Nossas vidas importam”, e também afirma que nossa arte é válida, poderosa, ancestral. Estamos ouvindo e dando voz para as mães que viram a vida dos seus meninos ser bruscamente interrompidas”.

FLUP genocidiocorpo

A apresentação fez uma menção direta ao desfile organizado por Zuzu Angel em 1971, quando a estilista colocou na passarela roupas que questionavam o desaparecimento do filho, Stuart Angel Jones, e de outras pessoas vítimas da violência do regime militar no país.

Os 12 estilistas responsáveis pelo desfile são Andreza Ferreira, Daniel Kalleb, Donatella, Hanna Tomaz, Jota Angelo, Kelvin Emiliano, Laise Neves, Maria Chantal, Rafa Joaquim, Roberta Pádua, Sylvia Arcuri, Thais Delgado.

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