Texto: Solon Neto / Arte: Divulgação / Edição de Imagens: Solon Neto
“Queremos migrar das páginas policiais para as páginas de inovação”
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Há um estigma relacionado à juventude negra que a veste de estereótipos ruins. No entanto, Jovens negros(as) são criativos, e protagonistas em diversos empreendimentos e inovações capazes de transformar realidades e histórias. Para além de áreas habituais dentro da inovação negra, como a música ou o esporte, essa juventude se destaca em áreas como tecnologia, educação, saúde, design e arquitetura, ampliando o que se entende como cultura negra.
Promovido pelo Instituto Feira Preta, Zaion Criações, Ayô Produções e com apoio do Itaú Cultural, o “Prêmio Movimentos Criativos” ocorre hoje, dia 11 de dezembro no Auditório do Ibirapuera, às 21h. A premiação é parte do “Territórios Afro Criativos”, que propõe a ocupação de espaços na cidade de São Paulo por meio de atividades negras culturais, formativas e empreendedoras. O projeto é responsável também pela Feira Preta, que chega esse ano à sua 14ª edição, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Revelar a criatividade desse de jovens é o objetivo do premiação que celebra as realizações de negros e negras de 15 a 35 anos. Com 27 indicados, as nove categorias do prêmio são: “Artes”, “Bem Estar”, “Conhecimentos”, “Criação”, “Esporte”, “Legado”, “Negócios”, “Pérola Negra” e “Digital”.
Os curadores da premiação fizeram indicações seguindo os critérios: “perfil empreendedor”, “impacto social da experiência” e “contribuição para a cultura negra”. Ao todo foram 27 indicados, e na noite de hoje, 11 de dezembro, 9 destes serão premiados.
Os ganhadores receberão uma estatueta idealizada pelo artista plástico Moisés Patrício, ativista negro expoente da arte afro-brasileira contemporânea.
“Queremos migrar das páginas policiais para as páginas de inovação, tecnologia, educação, saúde, design e arquitetura”
O jovem negro é a maior vítima de assassinatos no Brasil. O reconhecimento de iniciativas desse grupo pode impactar em mudanças desse quadro. É no que acreditam os organizadores da premiação, Mafoane Odara, cooordenadora das curadorias do Prêmio e Fábio Amarantes, diretor de criação. Para Mafoane, é necessário que haja reconhecimento para que haja transformação, migrando o imaginário sobre o jovem negro desde estereótipos em direção a uma concepção positiva e inclusiva.
“Queremos migrar das páginas policiais para as páginas de inovação, tecnologia, educação, saúde, design e arquitetura mostrando que de cultura negra é muito mais do que o samba e a capoeira. Acreditamos na ideia de que histórias mudam histórias e ao reconhecer esses jovens talentos e suas produções pretendemos estimular o surgimento de novos criadores em diversas áreas do conhecimento”, afirma.
A vulnerabilidade social gerada pelo racismo foi considerada na escolha dos critérios, categorias, seleção de curadores e escolha dos candidatos. “Por conta disso estamos premiando ‘jovens’ talentos sem um apego muito rígido na questão das idades. Infelizmente, para as pessoas negras os processos são retardados pelo o racismo”, afirma Fábio Amarantes.
Colorir a Tarja Preta sobre olhos dos Jovens Negros
Fábio acredita que a premiação pode abrir uma discussão que se materialize em oportunidades, gerando transformações na estrutura de produção.
“A ideia é impactar desde a geração de empregos em todas as áreas da nossa cadeia produtiva do Prêmio, até a linha de comunicação que na qual priorizamos os protagonistas negros. Ao colorir a tarja preta nos olhos dos jovens, desconstruir a imagem marginalizada que a tarja preta aparece automaticamente quando esses jovens são suspeitos de algum crime e revelar as ações propositivas desses jovens”, pontua.
Para Mafoane, a curadoria foi fundamental para a escolha desses talentos: “foi exatamente por meio da escolha cuidadosa dos curadores que possibilitou encontrar tantos talentos escondidos. Juntar pessoas negras talentosas, que têm contribuído significativamente para o desenvolvimento do Brasil”.
Cerimônia de premiação traz diversas atrações
A cerimônia de premiação será comandada por Adriana Couto, apresentadora do programa Metrópólis na TV Cultura, e pelo cantor e instrumentista Sergio Oliveira. Entre poetas, grupos musicais e de dança, a noite terá a presença de Treme Terra, Dinho Nascimento, Wanessa Tibúcio, Akins Kintê, Mel Duarte, Dj Easy Nylon e Dj Vivian.
Show de encerramento do Prêmio Movimento Criativos e abertura da 14ª Feira Preta
Dia 12 de dezembro, a partir das 17h, apresentações musicais marcam o encerramento do Prêmio e abertura oficial da 14ª Feira Preta. Quem comanda a festa é Christiane Gomes, jornalista e integrante do conselho editorial da Revista O Menelick 2º Ato. A noite terá como atração os shows de Walmir Borges, DJ Nyack e Edi Rock, dos Racionais MC’s.
SERVIÇO
Territórios Afro Criativos
Prêmio Movimento Criativos – Revelando a juventude negra criativa
Dia 11 de dezembro (sexta-feira, às 21h)
Duração: 120 minutos (aproximadamente)
Entrada franca. Distribuição de ingressos na bilheteria 1h30 antes do evento.
Classificação indicativa: Livre.
Show de encerramento do Prêmio Movimento Criativos e abertura da 14ª Feira Preta
Dia 12 de dezembro (sábado), às 17h
Com MC Christiane Gomes, Edi Rock, Walmir Borges, Dj Nyack
Duração: 150 minutos (aproximadamente)
Entrada franca. Plateia externa.
Classificação indicativa: Livre.
14 ªFeira Preta
Dia 13 de dezembro (domingo), a partir das 12h
Onde: Palácio das Convenções do Anhembi
Av. Olavo Fountoura, 1209 – São Paulo (SP)
Mais informações
#PMC2015 – Prêmio Movimentos Criativos
Facebook: /premiomovimentoscriativos
#FeiraPreta2015 – 14º Feira Preta
Site http://www.feirapreta.com.br/
Facebook: /feiraculturalpreta