PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial: conheça os tipos de racismo

Nesta quinta-feira (21), é relembrado no mundo a importância do combate à discriminação racial; saiba como o racismo pode ser manifestado e como denunciá-lo
Pessoas participam de uma manifestação contra o racismo, no Rio de Janeiro, Brasil, em 7 de junho de 2020, em meio à pandemia da COVID-19. No dia 21 de março é celebrado no mundo todo o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

Foto: Carl de Souza/AFP

21 de março de 2024

O Dia Internacional da Luta pela Discriminação Racial, em 21 de março, foi proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, e rememora o massacre de Sharpeville, ocorrido em Johanesburgo, África do Sul, em 1960.

O episódio marcou a resistência de mais de 20 mil pessoas de diversas comunidades negras africanas contra a Lei da Posse, criada pelo Partido Nacional durante o Apartheid. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Os casos de racismo têm crescido significativamente no Brasil nos últimos anos. Das 77.847 vítimas de assassinato em todo o ano de 2021, 36.922 eram negras. O número equivale a 77,1% dos mortos. Os dados são doo Atlas da Violência 2023.

A discriminação racial não se limita a espaços públicos e está presente em ambientes corporativos e institucionais. Diante desse cenário, é fundamental compreender os diversos tipos de racismo existentes, que se manifestam de diferentes formas e contextos sociais. Confira abaixo:

Estrutural/social: trata-se de uma estrutura institucional, cultural e social, causando a perpetuação do enraizamento da intensificação do preconceito e da discriminação.

Religioso: é um conjunto de ideias e práticas violentas que expressam a discriminação e o ódio por determinadas religiões de matrizes africanas.

Institucional: prática de uma determinada organização, empresa, grupo, associação ou instituição pública em não promover um serviço para determinada pessoa devido à sua cor, cultura ou origem étnica.

Cultural: resulta na crença que existe superioridade entre as culturas existentes, no amplo sentido que “cultura” engloba, religião, costumes, línguas, dentre outras.

Individual: é expresso em atitudes discriminatórias individuais, por meio de estereótipos, insultos e rejeição a uma pessoa que não possua as mesmas características étnicas que a sua.

Comunitarista: está ligado ao pensamento contemporâneo e nacionalistas, tornando racista na medida que privilegia a sua comunidade em detrimento de outra.

Ambiental/Ecológico: é detectado quando as populações periféricas não recebem o mesmo tratamento que uma área central.

Racismo Sistêmico: semelhante ao racismo institucional, refere-se a um sistema mais amplo de discriminação racial que permeia todos os aspectos da sociedade. Inclui a interação entre instituições e formação que contribui para a opressão e discriminação de determinados grupos raciais ou étnicos.

Recreativo: pode ser definido como uma ofensa de cunho racial disfarçada de piada. Essa atitude costuma diminuir pessoas negras ou outros grupos racionalizados, fazendo com que se sintam diminuídas pelas características que marcam sua etnia ou raça.

Racismo na Indústria de Cosméticos: O racismo na indústria de cosméticos é um problema sério e recorrente, muitas marcas de cosméticos não oferecem uma variedade de tons de base e produtos para diferentes tons de pele. Além disso, campanhas publicitárias muitas vezes promovem padrões de beleza eurocêntricos, excluindo pessoas de diferentes etnias.

Racismo no acesso à Saúde: se manifesta de diversas formas, como falta de acesso a serviços de saúde de qualidade, discriminação por parte de profissionais de saúde, diagnósticos errôneos e tratamentos inadequados.

Racismo Educacional: refere-se às práticas discriminatórias dentro do sistema educacional que prejudicam alunos de minorias étnicas ou raciais. Isso pode incluir disparidades na distribuição de recursos, discriminação no processo de admissão, falta de representatividade de professores e currículos eurocêntricos que marginalizam a história e a cultura de grupos minoritários.

Racismo primário: não conta com justificativas, acontece de forma mais psicológica e emocional. 

Racismo Internalizado: apesar de ser pouco discutido, esse tipo de racismo é mais frequente do que se imagina, sobretudo considerando os demais tipos de racismo que uma pessoa pode sofrer. Isso porque, nessa categoria, as atitudes e as crenças preconceituosas são, como o próprio nome diz, internalizadas por membros de grupos racializados, que não aceitam a si ou a membros de seu próprio grupo.

Racismo Interpessoal: ocorre em interações transfronteiriças entre indivíduos de diferentes grupos raciais ou étnicos e pode incluir comportamentos discriminatórios, preconceituosos e estereotipados.

Racismo Sutil: refere-se a formas mais discretas e subjetivas de discriminação racial, que podem ser mais difíceis de identificar e combater do que formas mais explícita de racismo. Isso pode incluir microagressões, estereótipos raciais, preconceitos implícitos e discriminação institucionalizada.

Como denunciar o racismo?

Vítimas de racismo ou injúria racial podem ligar para o número 190 da Polícia Militar ou procurar a autoridade policial mais próxima para registrar um Boletim de Ocorrência (BO), detalhando o incidente e solicitando que o agressor seja processado. 

Para casos que afetam toda uma comunidade, como discriminação contra indígenas, a denúncia pode ser feita diretamente no Ministério Público. Além disso, o governo federal disponibiliza o Disque 100 para denúncias de crimes contra os direitos humanos, incluindo racismo e discriminação.

Texto com informações da Fundação Cultural Palmares.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano