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Diferença salarial por gênero cresce no país e mulheres negras são as mais afetadas

Novo relatório de transparência salarial do governo federal indica que a média salarial das mulheres negras equivale a 50,2% do valor pago a homens brancos; além disso, é 21,41% menor que a remuneração dos homens negros
Diferença salarial entre homens e mulheres subiu para 20,7% na segunda edição do relatório divulgado pelo Ministério das Mulheres.

Foto: Reprodução / Pexels

22 de setembro de 2024

De acordo com  o 2º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Ministério das Mulheres, as mulheres brasileiras recebem cerca de 20,7% a menos do que a remuneração paga aos homens. Na primeira edição do levantamento, divulgada em março deste ano, a diferença era de 19,4%.

A média salarial masculina foi de R$ 4.495,39, enquanto mulheres receberam R$ 3.565,48. O documento utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), relativas a mais de 50 mil empresas com 100 ou mais empregados. 

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No entanto, o relatório indica que a diferença aumenta consideravelmente em relação às mulheres negras, que tiveram rendimento médio de R$ 2.745,76. O grupo é o único com uma média inferior a R$ 3.000,00, valor equivalente a 50,2% do salário de homens brancos (R$ 5.464,29). A média também é 21,41% menor do que a remuneração dos trabalhadores negros (R$ 3.493,59).

A média dos vencimentos das servidoras brancas (R$ 4.249,71) foi inferior que a de homens brancos e superior ao montante pago às pessoas negras, independente do gênero. Colaboradoras brancas receberam aproximadamente 22,23% a menos que homens brancos e 21,64% a mais que homens negros. A quantia ainda é 54.77% acima da média recebida pelas mulheres negras.

A desproporcionalidade também pôde ser identificada na política das empresas. Enquanto 35,3% delas possuíam programas de incentivo à contratação de mulheres, apenas 27,9% têm ações específicas para as negras. As que possuem estratégias definidas para a contratação de funcionárias negras somaram 8,2%.

Dos mais de 50 mil estabelecimentos analisados, menos da metade apresentou percentual de até 10% de mulheres pretas ou pardas na composição do quadro de empregados. O número corresponde a 42,7% do total. 

Somente 22,9% (21.658) das empresas com 100 ou mais empregados indicaram ter política de auxílio-creche e 20% são adeptas a licença maternidade/paternidade estendida. 

Em mais de 26 mil empresas não havia pelo menos três mulheres em cargos de gerência ou direção para possibilitar os cálculos de diferenças salariais, número que representa 53% dos estabelecimentos. Nas empresas onde foi possível analisar os cargos de chefia, mulheres ganham 27% a menos que homens. Nas funções de nível superior, a diferença subiu para 31,2%.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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