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Douglas Belchior, ativista em defesa da educação popular e do povo negro

2 de outubro de 2018

Na luta contra as desigualdades sociais desde a adolescência, Douglas Belchior é candidato a deputado federal pelo PSOL em São Paulo

Texto / Júlio César Jacob e Pedro Borges
Imagem / Diogo Tatu

Há 20 anos na luta contra as desigualdades sociais, Douglas Belchior se apresenta ao público como candidato a ocupar o cargo de deputado federal em nome do movimento negro e das redes de cursinho popular nas periferias.

Formado em História pela PUC-SP, Douglas é o fundador do Blog Negro Belchior em 2009, canal vinculado à Carta Capital, onde o político apresenta iniciativas e ideias de enfrentamento ao racismo, machismo, LGBTfobia, e às desigualdades sociais.

O ativista do movimento negro também recebeu homenagens por conta da luta contra o racismo, como o Prêmio Almerinda Farias Gama – SMPIR – Prefeitura de São Paulo (2017), Prêmio Zumbi dos Palmares – S.O.S Racismo – Assembléia Legislativo do Estado de São Paulo (2016), Prêmio Dr Benedito Galvão – OAB, SP (2015), Prêmio Movimento Nacional dos Direitos Humanos (2015), Prêmio Virada Sustentável – Catraca Livre (2014).

Entre as propostas apresentadas, o candidato se compromete a lutar pela valorização da história da África no Brasil, apoiar as pautas históricas do movimento feminista e de mulheres negras, promover um mandato que enxergue a segurança pública de outra perspectiva, valorizar a vida a LGBTQIA, regulamentar e legalizar as drogas, entre outras.

“A pauta das reparações históricas ao povo negro e indígena é fundamental para o nosso mandato”, afirma Douglas Belchior.

A trajetória política

Nascido em 24 de Novembro de 1978, Douglas teve a primeira inspiração política dentro de casa, com a ação desenvolvida pela mãe e pelo pai onde moravam, no Itaim Paulista, Zona Leste da cidade.

“Tanto minha mãe quanto meu pai sempre foram referências de apoio e ajuda na comunidade. Apesar de ter sido sempre uma família muito pobre, sempre foi muito solidária e mobilizada em ajudar aqueles que eram mais pobres do que nós”.

Inspirado pela mãe, passou a se organizar ainda na adolescência em movimentos de juventude da igreja católica, ao mesmo tempo que se articulou com o movimento estudantil.

A proximidade com professores filiados a grupos de esquerda na escola faz Douglas entender os partidos políticos como uma ferramenta de luta contra as desigualdades. Muito jovem se filia ao Partido dos Trabalhadores (PT), onde fica até 2003. Depois se filia ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2005, agremiação a qual faz parte até hoje.

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Douglas Belchior é uma das figuras que articula os movimentos antirracista e de periferia (Foto: Diogo Tatu)

Ainda jovem, Douglas conhece a luta dos cursinhos populares, passa a se engajar na Educafro, coordenada por Frei David, e depois funda a Uneafro, rede que conta com 32 núcleos espalhados pelo Brasil.

“Nossa candidatura representa a luta por educação como elemento fundamental na construção de uma sociedade mais justa”, afirma.

Iniciou a luta anti racista nos cursinhos populares. Lá pode dialogar com professores e militantes e logo percebeu que o acesso à educação de qualidade é prioridade para transformar o panorama da população negra no Brasil.

A partir desse momento, a luta contra o genocídio negro e pela educação popular se tornaram as principais bandeiras do candidato.

“A educação é um eixo central do nosso trabalho, bem como o enfrentamento ao racismo e ao genocídio cujo debate da educação tem também uma centralidade. Basicamente é luta por direitos sociais em todos os níveis, contra o genocídio e com a educação como um eixo fundamental”.

Com essas propostas, Douglas se candidatou duas vezes ao legislativo. Primeira vez, em 2014, quando tentou ocupar o cargo de deputado federal. Para o candidato, foi uma experiência importante para a maturação política do coletivo.

Em 2016, na tentativa de se eleger como vereador em São Paulo, conseguiu o cargo de terceiro suplente do PSOL, e obteve a marca de cerca de 11 mil votos. Ficou uma sensação de que faltou pouco para conseguir uma cadeira no legislativo brasileiro comprometida com o movimento negro e a educação popular.

A campanha de 2018 para deputado federal, de acordo com Douglas Belchior, carrega consigo uma maior maturidade e organização, o que podem ser o trunfo para as eleições deste ano, em um momento de fortalecimento do conservadorismo no país.

“A conjuntura política no Brasil pede como resposta uma articulação política negra comprometida e radical. É preciso que nós, que somos a base da sociedade brasileira, façamos um enfrentamento ao avanço do fascismo”, afirma.

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