Essa é uma história de um jovem cristão sonhador do interior da Bahia, amante da comunicação e que acredita no poder transformador que ela possui. Eu me chamo Pedro Henrique Sampaio da Silva, sou da cidade de Dom Macedo Costa, tenho 16 anos e estou concluindo o ensino médio na Escola Estadual Eraldo Tinoco Melo.
A comunicação faz parte da minha vida desde que me entendo por gente. Lembro-me bem de quando eu tinha uns 7 ou 8 anos e brincava com minha prima de apresentador de TV. A memória é bem viva, nós pegamos a tábua de passar roupa, cobrimos com um lençol, botamos dois copos de água em cima da nossa “bancada” e as folhas de caderno eram as nossas fichas de apresentação, e aí “buuum!” milhares de telespectadores nos assistindo – pelo menos era o que a gente imaginava.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Desde que entrei na escola com 1 ano e 8 meses – sim, bem novinho – fui o tagarela da turma que poderia ser mudado de lugar quinhentas mil vezes pela professora que até com a parede eu iria conversar. Não é nenhum grande exemplo de bom comportamento, mas eu compensava em outras áreas, tanto que ganhei uma premiação de aluno com melhor desempenho na formatura do 1º ano do fundamental I.
Junto com colegas de turma no 4º ano criamos o “Jornal da escola, notícias de última hora” onde eu fazia o papel do Jornalista Esportivo, algum tempo depois ainda na infância criei diversos blogs sobre todos os temas possíveis. Já projetei um programa no youtube que seria exibido ao vivo com um colega da escola, dei vida para um super herói que meu primo desenhou a partir do que estava na minha imaginação, escrevi um milhão de outras histórias e enfim, isso sempre foi o meu refúgio.
Recentemente encontrei uma publicação que fiz com 12 anos em site que criei para compartilhar algumas vivências da adolescência, era um desabafo sobre o bullying que sofria no ensino fundamental. Eu nunca fui um garoto dentro do padrão, era um pouco acima do peso e não gostava de esportes, apesar de ter praticado karatê e ganhado o pódio no kata em equipe em um campeonato baiano anos depois. Comentários sobre minha aparência física sempre me colocavam para baixo, então tentava compensar me destacando com bons resultados escolares.
Fui eleito representante de turma pela primeira vez no sexto ano e nunca mais parei, me candidatei novamente ano após ano. Atualmente estou vice-líder do recôncavo baiano, representando os estudantes da rede estadual de ensino da Bahia de 20 cidades do meu território de identidade, mandato esse que se encerra com esse ano letivo onde concluo o ensino médio.
As experiências com comunicação e de mobilização seguiram e me ajudaram a encontrar um caminho. Estava eu no final do 9º ano, na expectativa de entrar para o ensino médio sem saber o que queria pro meu futuro, sem planos e perdido sobre onde focar. Foi então que conheci o projeto de comunicação do grupo jovem da minha igreja e me apaixonei inicialmente pelo design gráfico. Quanto mais eu mergulhava nesse “oceano comunicação”, mais eu me apaixonava e queria conhecer cada meio e técnica possível. E aqui estou há alguns meses de ingressar na faculdade de publicidade. Aí vou eu!
Logo no começo quando conheci o design, comecei a desenvolver projetos para membros da igreja de forma amadora e fui me aprimorando com o tempo. Atualmente trabalho como Designer de Marcas e coordeno a CCOM (Comissão de Comunicação dos Líderes de Classe). Com outros líderes, desenvolvemos ações que levam o espírito do Protagonismo Estudantil para todos os estudantes da rede que podemos alcançar. Sou membro da ONG Educando, cofundador do Projeto Purple (onde objetivamos democratizar o acesso à educação de qualidade através da produção de conteúdos nas redes sociais), integro o projeto de mídia do grupo jovem da igreja que congrego e sou aspirante a escritor.
Acredito que cada conexão mínima entre as pessoas muda a vida delas. E o meu objetivo é me conectar da forma mais ampla possível para que de alguma forma positiva eu acabe impactando a vida de quem eu alcançar. Uma dessas conexões se traduziu recentemente num projeto chamado BaMUN. A Bahia Model United Nations foi uma simulação da ONU pensada para os estudantes da rede estadual de ensino, um evento acadêmico que impactou diversas pessoas de inúmeras formas possíveis. Ter feito parte dele me deixou contente de maneira que não sou capaz de expressar com palavras.
Fé, educação e comunicação. Essas são palavras que definem Pedro Sampaio. Sempre foi assim e sempre será.
Sobre o autor: Pedro Sampaio é um jovem de 16 anos, morador da cidade de Dom Macedo Costa, e está no final do Ensino Médio na Escola Estadual Eraldo Tinoco Melo.