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Em SP, pretos têm 62% mais risco de morrer pelo Covid-19 do que brancos

29 de abril de 2020

Entre os pardos, a letalidade do novo coronavírus é 23% maior que entre brancos; dados são do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde

Na cidade de São Paulo (SP), as pessoas pretas têm 62% mais risco de morrer vítimas do Covid-19, o novo coronavírus, do que as brancas. Entre as pardas, a letalidade é 23% maior do que as brancas. É o que revela o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado na noite desta terça-feira (28).

Embora a letalidade, ou seja, o número de mortes e o número total de doentes, seja maior entre a população negra, a branca lidera o número de mortos (1.244), seguido pela parda (418), preta (165) amarela (54) e indígena (2). Os números mais recentes com a variável de raça/cor são do dia 17. Até a terça-feira (28), o município registrou ao todo 15.213 casos confirmados de Covid-19 e 1.337 mortes.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde de domingo (26), os pretos e pardos correspondem a 45,2% dos mortos pelo Covid-19. Duas semanas atrás, no primeiro balanço com o recorte racial, os percentuais de mortes entre os negros era de 32,8%. O país também chegou a 5.017 óbitos, acima dos 4.643 registrados na China, onde o vírus surgiu.

Mortes se concentram nas periferias

As mortes por Covid-19 na cidade de São Paulo até o dia 21 se concentraram nas periferias. Os distritos com mais óbitos são a Brasilândia, na Zona Norte, com 67 mortes. Em seguida está Sapopemba, com 64, e São Mateus, na Zona Leste, com 52.

Os moradores negros nestas localidades correspondem a 43,4%, 32,6% e 45%, respectivamente, de acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Ocupação dos leitos de UTI

O boletim da Secretaria Municipal de Saúde mostra que a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentou quase 100% com o avanço do Covid-19 em São Paulo. Esses leitos são voltados aos pacientes que apresentam quadros graves da doença e com maior risco de morte.

Houve um aumento de 149 pacientes hospitalizados no dia 7 para 296 no dia 23. Destes pacientes, 218 estavam entubados, respirando com o auxílio de aparelhos. Ainda segundo a pasta, 146 novos leitos de UTI foram criados no mesmo período para atender a demanda.

No início de abril, a Rede Nossa São Paulo divulgou um mapeamento que revela que 60% dos leitos de UTI no município estão distribuídos em bairros ricos e próximos ao centro. Enquanto mais de dois milhões de pessoas vivem em periferias que não têm nenhum leito.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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