Trabalhadores de aplicativos de entrega realizam uma greve nesta segunda (31) e terça-feira (1) por melhores condições de trabalho e em busca de reajuste da remuneração paga pelas plataformas.
O movimento “Breque Nacional dos Aplicativos” é organizado por associações e coletivos de todo o Brasil e conta com a adesão de 20 estados contra a exploração e segurança dos trabalhadores, em resposta à precarização imposta pelos aplicativos.
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Em apoio ao movimento, o Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimotosp) criticou as empresas de aplicativo por promoverem uma exploração desenfreada. A entidade descreve essa prática como “a pior precarização trabalhista do motofrete”, apontando que as empresas exploram os entregadores e os tornam “verdadeiros escravos em pleno século 21”.
“Há 10 anos, não aumentam o valor de entrega, pelo contrário, só diminuíram, causando um prejuízo enorme na renda salarial dos trabalhadores enquanto ficam milionárias”, disse o sindicato.
A 77° Edição do Boletim Mercado de Trabalho revelou que entre 2012 e 2015 a proporção de motoristas e entregadores de aplicativo com jornadas de 49 a 60 horas semanais aumentou de 21,8% para 27,3%, além de menor contribuição previdenciária e queda acentuada na renda média dos trabalhadores.
Os trabalhadores reivindicam o pagamento mínimo de R$ 10 por corrida, aumento no valor de R$ 1,50 para R$ 2,50 por quilômetro rodado, limitação de três quilômetros de distância por entregas feitas por bicicletas, além da garantia do pagamento integral dos pedidos por entrega.
Os movimentos comparam as condições de trabalho dos motoristas de aplicativo com as previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destacando a ausência de benefícios como horas extras, remuneração mínima, adicional noturno e periculosidade. Também apontam que a manutenção dos veículos é custeada pelos próprios profissionais.
A mobilização denuncia ainda práticas antissindicais adotadas pelas empresas, que ofereceram incentivos financeiros para desestimular o apoio ao movimento.