Na matéria “Garrincha: a trajetória de dribles e problemas do Anjo das Pernas Tortas” erramos ao dizer que a ascendência do jogador era negra. Manuel Francisco dos Santos – Mané Garrincha – era filho de um homem indígena, da tribo Fulni-ô, grupo do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua: o Ia-tê.
No twitter, a ativista indígena Karibuxi pontuou o erro, ressaltando que “Garrincha era indígena Fulni-ô! O pai dele era aldeado e depois migrou para o RJ, parem de apagar a história indígena dos gramados”, disse.
Amaro Francisco dos Santos, pai de Garrincha, foi mencionado pelo jornalista Mário Lima, que publicou o livro “Garrincha, a flecha Fulniô das Alagoas”, em que aborda as origens indígenas do jogador. Os Fulni-ô foram durante muito tempo considerados, pelos estudiosos, como os últimos remanescentes dos históricos índígenas Karirí, cujo hábitat abarcava todo o Nordeste do Brasil.
Os indígenas Fulni-ô atualmente habitam o município de Águas Belas, situado na zona fisiográfica do Sertão, a 273 quilômetros da capital do estado de Pernambuco. O município está compreendido no chamado polígono das secas. A região de Águas Belas é cortada de norte a sul pelo rio Ipanema, que desemboca no São Francisco. Em 1980, a população do município era de 37.057 habitantes, dos quais 11.714 viviam na área urbana, e 25.343 na área rural – incluindo sua população indígena.
A alcunha Garrincha veio de uma de suas irmãs. Ela o teria apelidado com o nome de um pássaro difícil de ser caçado e muito comum na região onde moravam. Ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira, o eterno camisa 7 é tido até hoje como o maior driblador de todos os tempos.