João Paulo Cuenca, Geovani Martins e Bianca Santana alertam no documento para “eleição eminente de um candidato racista, machista, homofóbico”
Texto/Aline Bernardes
Imagem/Reprodução
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A delegação brasileira de escritores divulgou um manifesto contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) na Feira do Livro de Frankfurt, o evento mais importante do gênero do mundo.
“Repudiamos a escalada fascista no Brasil e alertamos para a eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias”, diz o texto.
O documento foi assinado por três autores da delegação oficial brasileira na feira alemã: Bianca Santana, Geovani Martins e J.P. Cuenca. O texto pede a criação de uma frente “democrática antifascista que nos livre do pior”.
Para eles, esse documento defende os direitos humanos e a liberdade de expressão. “A constituição de 1988 está em risco, assim como a vida de mulheres, LGBTs, negras, negros e ativistas que têm sofrido agressões por todo o país”.
A Feira do Livro de Frankfurt reúne anualmente, em outubro, cerca de 7.300 expositores de mais de cem países durante cinco dias. Neste ano, a Geórgia é a nação homenageada. Em 2013, foi o Brasil.
Leia a íntegra do manifesto:
Nós, abaixo assinados, escritora e escritores brasileiros representantes do Brasil na Feira do Livro de Frankfurt de 2018, pautados na defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos: 1- Repudiamos a escalada fascista no Brasil e alertamos para a eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias; 2- Lembramos que, se o candidato é fascista, a maior parte de seus eleitores não é. O desencanto pela política os levou a um voto de protesto com consequências desastrosas. Ainda há tempo de rever o próprio voto antes do segundo turno eleitoral, colocando o respeito às diferenças e à liberdade acima de disputas partidárias; 3- Rogamos pela criação de ampla frente democrática antifascista que nos livre do pior. A constituição de 1988 está em risco, assim como a vida de mulheres, LGBTs, negras, negros e ativistas que têm sofrido agressões por todo o país.
Bianca Santana, Geovani Martins, J.P. Cuenca”