Segundo um estudo divulgado pela revista acadêmica estadunidense Journal of The American Median Association (JAMA), o estresse crônico e as discriminações relacionadas ao racismo podem representar fatores que facilitam o aparecimento do câncer de mama em mulheres negras.
A pesquisa foi realizada com 121 mulheres, sendo 56 negras e 65 brancas. Por dez anos, os pesquisadores analisaram tecidos tumorais e exames de sangue das participantes em duas unidades hospitalares no estado de Maryland.
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O estudo também se aprofundou em diferentes características de estresse das pacientes, como o “estresse percebido”, registrado a partir da perspectiva pessoal do indivíduo sobre sua própria vida, a discriminação racial e o suporte pessoal.
Os resultados sugerem que os fatores de estresse relacionados às discriminações raciais aumentam chances de tornar a glândula mamária mais suscetível ao tumor. A pesquisa ressalta que o mesmo também pode ocorrer com outros órgãos.
O estudo aponta que o racismo pode impactar diretamente os genes e o funcionamento do sistema imunológico de mulheres diagnosticadas com câncer de mama, devido à alteração na expressão de certos genes do tumor. Algumas dessas características tumorais afetadas pelo estresse podem desencadear o crescimento da doença.
“Acredita-se que exista um mecanismo pelo qual os estressores sociais sejam convertidos em respostas biológicas e fisiológicas ao estresse, afetando diretamente o microambiente do tumor”, diz trecho da pesquisa.