Estudantes apontam racismo em questões do ENEM e INEP corrige respostas

Gabarito foi corrigido e divulgado no portal oficial do Instituto; Atualização foi feita após críticas e manifestações dos candidatos ao vestibular via redes sociais

Texto: redação / Edição: Lenne Ferreira / Imagem: Gabriel Ramos / Shutterstock

O ENEM 2021, realizado nos dias 17 e 24 deste mês, vem sendo alvo de críticas, desde a confirmação de sua realização em tempos de pandemia pela COVID-19. Com 55,3% de alunos que não compareceram aos dias de prova, mais uma crítica foi levantada sobre a aplicação deste ano. Via redes sociais, os alunos apontaram questões de teor racista. O gabarito foi retificado na manhã desta quinta-feira (28), sem maiores explicações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pelo exame.

Segundo fotos divulgadas nas redes sociais, uma das perguntas da prova de Inglês – caderno do Azul, página  3 -, questionava a postura de uma personagem, fruto do livro “Americanah”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que, em diálogo, não aceitava a proposta de uma cabeleireira que havia sugerido alisar o seu cabelo. No primeiro gabarito divulgado, a resposta correta era de que os argumentos “Demonstram postura de imaturidade”. A resposta foi questionada pelos alunos e, posteriormente, corrigida para a alternativa “Revelam uma atitude e resistência”.

Em outra questão divulgada, a prova sugeria uma discussão sobre inteligência artificial e a atuação de softwares. Em seu enunciado, um exemplo era dado: “ao digitar nomes entre negros dos EUA, a chance de os anúncios automáticos oferecem checagem de antecedentes criminais pode aumentar 25%”. Como resposta, o gabarito indicava de que a situação apenas retratava um tipo de “linguagem”. Ao ser corrigida, a escolha correta estava em “preconceito”. 

Até o fechamento desta publicação, a assessoria do INEP não respondeu à solicitação de nota da Agência Alma Preta para detalhar os erros.