Manifestantes pedem que a universidade proteja a integridade de negras e negros vinculados ao Mackenzie; Permanência de Pedro Baleotti na instituição de ensino superior é vista como uma ameaça à integridade do grupo
Texto / Pedro Borges
Imagem / Afromack
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O coletivo negro Afromack organiza para o dia 24 de Janeiro, quinta-feira, um protesto em frente ao Mackenzie, Rua da Consolação, 930, para pedir a expulsão do estudante de direito Pedro Baleotti, acusado de racismo depois de gravar um vídeo em que disse que a “negraiada vai morrer”.
A partir das 17h, estudantes, funcionários e demais pessoas participam do protesto “Mackenzie, proteja seus alunos e funcionários pretos”. De acordo com o texto de convite ao ato, negras e negros vinculados à instituição de ensino superior se sentem ameaçados com a presença de Pedro Baleotti no espaço. Por isso, exigem a expulsão do estudante.
“Pedimos que a Universidade Presbiteriana Mackenzie, que tanto se orgulha por ser primeira oferecer estudo para negros, nos proteja, zele por nossa educação e por nossa segurança dentro e ao redor do campus. Vidas negras importam nosso sangue já escorregou muito nessa sociedade e não queremos mais uma vez ser estatística”, diz o texto.
O Mackenzie divulgou nota no dia 10 de Janeiro de 2019 em que anunciava a expulsão de Pedro Baleotti. A juíza Silvia Figueiredo Marques, Tribunal Regional Federal da 3ª Região, porém, havia concedido uma liminar que anulava a expulsão do estudante no dia 17 de Dezembro de 2018 sob a alegação de que a comissão que definiu a punição direcionada a Pedro estava irregular.
Para ela, um grupo deveria apurar os fatos e outra comissão deveria decidir pela punição. Além disso, a defesa alega que a comissão deveria ter sido formada por cinco membros, três professores, um membro do corpo técnico administrativo e o Corregedor Disciplinar Universitário, o que não ocorreu.
Os manifestantes também questionam a instituição por ter cometido um erro processual diante de um caso de racismo, que ganhou repercussão na imprensa nacional.
“É inevitável que surjam questões como: como um erro tão trivial foi possível em um processo tão importante? Como o Mackenzie negligenciou as determinações de seu próprio regulamento? Teria alguma intenção por trás de tal erro? Qual? Até que ponto o Mackenzie está disposto a lutar em consertar o seu erro? Quais serão os prejuízos desse erro?”, questionam os estudantes no texto de convocação para o ato.