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Estudo da Fiocruz aponta elevada coinfecção de dengue e chikungunya no Brasil

Os resultados revelaram que o número de casos de chikungunya em 2023 é quase sete vezes superior ao registrado em 2022; proliferação da dengue preocupa em territórios periféricos
Mosquito Aedes aegypti pousado em pele humana

Foto: Reprodução/Prefeitura de São Francisco do Oeste

2 de outubro de 2023

A partir da pesquisa conduzida pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) criou um teste molecular que pode identificar múltiplos vírus simultaneamente. A análise dos resultados mostrou um aumento de 11% na coinfecção, isto é, na ocorrência simultânea de dengue e chikungunya.

Para realizar os mais de 60 mil diagnósticos, foram empregadas amostras que testaram positivo para arboviroses em exames de diagnóstico sorológico (IgM) e molecular (antígeno e PCR). Essas amostras foram coletadas em 14 estados de todas as regiões do Brasil, abrangendo os quatro estados mais povoados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

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Os resultados revelaram que o número de casos de chikungunya em 2023 é quase sete vezes maior do que o registrado em 2022. Além disso, em Minas Gerais, os registros de dengue triplicaram em comparação ao ano anterior.

Em nota divulgada pela Fiocruz, a especialista científica em diagnóstico molecular da Bio-Manguinhos/Fiocruz Patrícia Alvarez, apontou que esses testes contribuem para o monitoramento genômico e epidemiológico dos casos de arboviroses. Segundo ela, esses dados são fundamentais para o acompanhamento das autoridades.

De acordo com ela, durante os picos de epidemia de arboviroses, normalmente se espera uma taxa de coinfecção de 2% a 3%. Contudo, os números observados alcançaram 11%, ultrapassando consideravelmente essa faixa. Essa situação ressalta a necessidade de ações eficazes no combate aos patógenos, especialmente nos focos do mosquito Aedes aegypti.

Em agosto de 2023, o Ministério da Saúde divulgou o balanço que mostra que o Brasil registrou 1.552.338 casos prováveis de dengue até a publicação. O número é quase 10% maior que o registrado durante todo o ano de 2022, quando foram contabilizados 1.393.684 casos prováveis.
Em março, a Fiocruz lançou uma publicação voltada ao combate da dengue e mudanças climáticas em territórios periféricos. Segundo o e-book “Enfrentando a Dengue nas Favelas e Periferias”, as alterações causadas pela emergência climática influenciam na proliferação do mosquito Aedes aegypti, com maior impacto nas periferias. As causas desse impacto seriam a grande densidade populacional dessas regiões, além da precariedade de condições de moradia e acesso à água.

  • Bárbara Cavalcante

    Jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, desde a adolescência é imersa em projetos sociais. Apaixonada por futebol e cultura pop, é nascida e criada na Zona Leste de São Paulo. Atua como social media e é aprendiz de redatora.

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