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Estudo: maioria dos brasileiros enxerga mudanças climáticas como grave perigo

Pesquisa também mostrou que redes sociais se consolidaram como principal meio de divulgação científica
Nelson Almeida/AFP

Foto: Nelson Almeida/AFP

22 de maio de 2024

Um estudo mostrou que 95,4% dos brasileiros têm consciência de que as mudanças climáticas estão acontecendo, mas a maioria desse grupo (60,5%) considera que o fenômeno representa um “grave perigo” para a população.

Os dados foram levantados pela pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil 2023“, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), por demanda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), lançada na semana passada.

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Parte de uma série histórica, a pesquisa entrevistou 1931 pessoas maiores de 16 anos em todo o Brasil, considerando diferentes características como gênero, idade, escolaridade, renda e local de moradia. O estudo também comparou indicadores com outros países como China, Estados Unidos, Japão e Índia.

Questionados sobre o acesso às informações relacionadas ao tema ciência e tecnologia, cinco a cada dez brasileiros relataram se deparar frequentemente com notícias falsas. 

No entanto, cerca de 60% afirmaram que não compartilham informações caso não tenham certeza de sua veracidade e 40% que somente acreditam em uma informação se ela for validada por mais de uma fonte.

Em 2023, os temas que mais interessaram o brasileiro foram medicina e saúde; meio ambiente; e religião, todos com taxas acima de 70%, enquanto ciência e tecnologia (C&T) se mantiveram em cerca de 60%, superando assuntos populares como esportes e cultura. 

O trabalho também apontou um aumento expressivo em relação ao conhecimento de instituições de pesquisa, de 9% em 2019 para 17,9% em 2023. No entanto, o percentual de pessoas que conseguiram lembrar o nome de cientistas ou instituições de pesquisa científica brasileiras ficou entre os menores da América Latina (9,6%).

No que diz respeito às redes sociais, os dados mostraram que as ferramentas se consolidaram como principal meio de divulgação científica: um terço dos entrevistados afirmaram as utilizam para buscar informações frequentemente.

“De um lado, algumas mudanças em relação às pesquisas de anos anteriores são explicáveis a partir do cenário que se viveu durante a crise pandêmica, mas apontam para importantes caminhos políticos e educacionais ao combate à desinformação e para a participação pública em C&T”, diz trecho do relatório.

Por outro lado, os resultados apontam que outras mudanças ocorridas são mais surpreendentes e precisam de uma análise aprofundada para encontrar suas causas e efeitos. 

“O cenário que emerge da pesquisa é de desigualdade no acesso ao conhecimento e na participação pública e de grandes oportunidades para o futuro. Isso é sinalizado pelas atitudes positivas e de interesse do público, bem como pela demanda de maior acesso, informação e participação nos temas de C&T”, conclui o estudo.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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