A família de André Luiz de Oliveira Gomes foi surpreendida ao visitar o Presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues nesta quarta-feira (24), no Rio de Janeiro, para entregar itens de higiene pessoal e alimentos para o detento, que está preso acusado de roubo de cargas. No momento da visita, os familiares foram notificados por funcionários da unidade prisional que ele não estava no local.
A justificativa, segundo os parentes, foi de que o preso poderia ter sido transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques. Como um pedido de ajuda e após não conseguir nenhuma informação concreta sobre o caso, a mãe de André, Dona Elizete Gomes, procurou a agência Alma Preta para auxiliá-la a descobrir o paradeiro do filho.
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Na manhã desta quinta-feira (25), a advogada Silvia Martins conseguiu localizar André e notificou a família de que ele permanece no Presídio Tiago Teles. De acordo com a defesa, houve uma falha no sistema da prisão, o que ocasionou o desencontro. “Quando era papel, com o nome do detento, os agentes iam até a cela e encontravam o preso. Agora é tudo pelo computador, pelo sistema. Foi um erro”, explica a advogada.
Dona Elizete ficou muito abalada com o ocorrido, principalmente por não ter conseguido entregar os mantimentos e itens de higiene pessoal para o filho. “Tivemos que pegar Uber para ir até lá, tiramos dinheiro de onde não tínhamos para conseguir tudo para a visita. Ele havia me dito que estava sem roupas, sem escova de dentes, sabonete. Preparei tudo para chegar até Tiago Teles e não encontrar o meu filho. Fiquei desesperada sem saber o que tinha acontecido com ele, pensei o pior”, desabafa a mãe de André.
Os itens que a Dona Elizete havia separado para entregar ao filho André no presídio. (Foto: Acervo Pessoal)
A Alma Preta entrou em contato com o Presídio ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, com a Administração de Presídios do Rio de Janeiro e também com o Tribunal de Justiça para apurar mais informações sobre o ocorrido. Até a publicação desse texto, não houve resposta.
Entenda o caso
André Luiz de Oliveira Gomes, de 27 anos, foi preso no começo de março acusado de participar da formação de uma quadrilha envolvida em 50 roubos de carga dos Correios, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com risco de ser condenado a sete anos de prisão. A família afirma se tratar de um engano e vem tentando provar a inocência de André por meio de fotos comparativas entre ele e o homem que dizem ser o verdadeiro autor do crime, chamado Victor Felizardo.
A advogada Silvia assumiu a defesa de André recentemente e adiantou, à reportagem, que entrará com um pedido de reconsideração da decisão da justiça. Até o momento, André Luiz permanece detido.