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Falta de vagas em TI no Norte e Nordeste expõe desafio de inclusão para o setor

No país, 62% das vagas do setor estão concentradas no Sudeste; Distrito Federal, Bahia, Pernambuco e Ceará somam, juntos, apenas 11% das oportunidades
Imagem de um homem negro trabalhando em um escritório. Dados do Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups apontam que a região Norte e Nordeste enfrentam falta de vagas na área de TI.

Imagem de um homem negro trabalhando em um escritório. Dados do Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups apontam que a região Norte e Nordeste enfrentam falta de vagas na área de TI.

— Divulgação

30 de maio de 2024

Apesar do crescimento nas oportunidades de trabalho em Tecnologia da Informação (TI) no Brasil, o Distrito Federal, a Bahia, Pernambuco e o Ceará somam apenas 11% das vagas, de acordo com o Panorama de Talentos em Tecnologia do Google for Startups. 

Dados do Banco Nacional de Empregos indicam um aumento de 79,6% nas vagas de TI de janeiro a outubro de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, 62% dessas oportunidades estão no Sudeste, com 44% delas no estado de São Paulo.

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Fora do setor de TI, o Norte e o Nordeste também apresentam desafios específicos. No quarto trimestre de 2023, o Norte teve uma taxa de desocupação de 7,7% e o Nordeste de 10,4%. As maiores taxas foram registradas no Amapá (14,2%), na Bahia (12,7%) e em Pernambuco (11,9%). A média de desemprego no Brasil em 2023 foi de 7,8%, a menor desde 2014. A informalidade é mais elevada no Maranhão (56,5%), no Pará (56,5%) e no Piauí (54,4%), enquanto a média nacional foi de 39,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice de Capital Humano (ICH), proposto pelo Banco Mundial, mede o potencial econômico e profissional dos cidadãos. O Relatório de Capital Humano Brasileiro revela que o ICH médio das regiões Norte e Nordeste em 2019 era comparável ao ICH médio das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em 2007, indicando uma defasagem de 12 anos.

Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, destaca que a falta de empresas de TI no Norte e Nordeste impede a absorção da demanda. “A qualidade da educação em tecnologia varia significativamente entre as regiões do país. A falta de investimento em infraestrutura, tecnologia e comunicação dificulta o desenvolvimento e a expansão de empresas de TI nessas áreas”, afirma em nota para imprensa.

Para promover empregos em tecnologia de maneira mais equitativa, Lucca sugere investimentos em educação e infraestrutura tecnológica. “É necessário que o processo de contratação seja acessível e inclusivo, considerando os contextos sociais e econômicos dos candidatos. Investir em capacitação e desenvolvimento é crucial para um programa de diversidade e inclusão eficaz”, conclui.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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