A voz mais forte anti-poder africana é inspiração para o livro de Rosa Couto, que será lançado no dia 29 de Agosto
Texto / Aline Bernandes
Imagem / Divulgação
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O nome de batismo era Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti, mas para seus admiradores, amigos e inimigos era apenas Fela Kuti. Definido por críticos como o maior nome da música africana, transgressor e excêntrico, o artista ganha mais um livro para refletir a sua importância.
O lançamento de “Fela Kuti: contracultura e (con)tradição na música popular africana”, de Rosa Aparecida de Couto Silva acontecerá nessa quarta-feira (29). A pequena Livraria Alameda Casa Editorial será o palco que contará a história do multi-instumentalista, músico e compositor nigeriano.
A década de 60 foi um período de intensas manifestações por direitos. A luta pelos direitos civis realizada pelos negros norte-americanos, por exemplo, é uma das faces desse movimento.
Fela Kuti, então, cria um estilo musical chamado Afrobeat que floresce em meados dos anos 70. A obra desse artista é abordada nesse livro através de suas contradições internas que surgem para compreender as questões de sua época e a maneira que ele compreendida o papel da cultura africana no mundo.
As canções de Fela Kuti desafiavam convenções sociais, religiosas, políticas governativas e o pensamento colonialista.
“A África que encontra é, ao mesmo tempo, pré-moderna, moderna e pós-colonial:
as sonoridades africanas, o blues, o jazz, a música erudita, a contracultura, a revolução comportamental, o Black Power, Xangô e Malcolm X, Ogun e Martin Luther King”, diz a autora Rosa Couto.
O livro traz uma reflexão sobre as razões que informariam, nos dias atuais, a ausência da África nos noticiários. “Faz, finalmente, pensar que deveríamos sempre, de algum jeito retornar à África, em percursos semelhantes aos seguidos por Rosa Couto, em busca de saber um pouco mais de nós”, conclui Márcia Tosta Dias, doutora em Ciência Política (USP).