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Festival Feira Preta adia edição de São Paulo por falta de patrocínio

Falta de patrocínio força mudança de estratégia do maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, que movimentou R$ 14 milhões em sua última edição
Público na edição de 2024 da Feira Preta.

Público na edição de 2024 da Feira Preta.

— Divulgação/Feira Preta

19 de março de 2025

O Festival Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, anunciou o adiamento da edição de 2025 em São Paulo para 2026, em razão da escassez de patrocínios privados. Uma edição do evento em Salvador, em negociação desde o final do ano passado com marcas e instituições locais, acontecerá em novembro levando para o território baiano investimentos já aportados.

A escolha da capital baiana não é aleatória. O Instituto Feira Preta atua na Bahia desde 2017 com iniciativas formativas e mantém há quase cinco anos a Embaixada Preta Cachoeira (antiga Casa PretaHub Cachoeira) no Recôncavo Baiano. A transferência do evento para Salvador representa uma estratégia de expansão da tecnologia social desenvolvida pelo festival.

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“Seguimos firmes no compromisso de criar espaços de potência e visibilidade para o empreendedorismo negro”, afirma Adriana Barbosa, idealizadora do festival. “Estamos buscando novos modelos de financiamento e parcerias para garantir a continuidade do festival em sua plenitude nos próximos anos, garantindo sua perenidade como uma das mais importantes plataformas de fortalecimento da economia negra no Brasil”.

O adiamento da edição paulistana reflete um cenário mais amplo de retração de investimentos corporativos em eventos culturais voltados para a diversidade. Conforme noticiado pela Alma Preta, outros festivais como o Batekoo enfrentam desafios semelhantes.

Segundo comunicado da Feira Preta, além da redução dos patrocínios, a burocracia interna das grandes empresas têm dificultado a liberação de recursos, tornando o processo de captação mais complexo e demorado.

Na última edição, o e evento movimentou cerca de R$ 14 milhões entre empreendedores, artistas, veículos de comunicação e cadeia produtiva, beneficiando diretamente 170 empreendedores negros e gerando aproximadamente 600 empregos temporários.

Os empreendedores já inscritos para a edição de São Paulo seguem em processo de curadoria para possível participação no evento de Salvador. A organização também negocia outros eventos ao longo do ano, buscando criar novas oportunidades de negócios para expositores.

Entre as iniciativas confirmadas para 2025, o Festival Feira Preta participará, em junho, do Women Music Event (WME), levando ao evento uma feira de produtos e serviços de empreendedores negros.

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