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Fim da escala 6 x 1 é destaque da 21ª Marcha da Consciência Negra em SP

Manifestação ocorre no dia que marca o 1ª feriado nacional da Consciência Negra
21ª edição da Marcha da Consciência Negra em São Paulo, no dia 20 de novembro de 2024, na Avenida Paulista.

Foto: Pedro Borges/Alma Preta

20 de novembro de 2024

Cerca de cinco mil manifestantes participaram da 21ª edição da Marcha da Consciência Negra em São Paulo nesta quarta-feira (20), na Avenida Paulista. As principais bandeiras do protesto foram a superação do racismo e fim da escala de trabalho 6×1.

Lideranças de movimentos sociais e parlamentares se manifestaram durante o ato. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora da proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe o fim da escala 6×1, foi celebrada pelo público e discursou sobre a pauta, que é uma das bandeiras da parlamentar no Congresso Nacional.

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Orlando Silva (PCdo B-SP) sinalizou que o poder no Brasil ainda está concentrado em uma minoria branca, e que o 20 de Novembro é uma data importante para a memória e a luta do povo negro.

Outros movimentos nacionais como o Movimento Negro Unificado (MNU), Uneafro, Marcha das Mulheres Negras, Coalizão Negra por Direitos, entre outras, fizeram falas e marcaram presença.

Damilis Fernandes, trabalhadora da área de Recursos Humanos, participou do ato por entender esse como um espaço de acolhimento. “O motivo de estar aqui é poder estar em um momento de resistência, porque ser uma pessoa preta no dia-a-dia e na vida corporativa em São Paulo é uma resistência”, afirmou.

O trabalhador do setor de petróleo João Gabriel Almeida disse que tem o costume de ir ao ato e que acredita na importância de enfrentar o racismo. “O protesto é um marco na luta contra as desigualdades”.

A concentração do ato se iniciou às 13h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. A partir das 16h, os manifestantes caminharam rumo ao Teatro Municipal, no centro da cidade. Em vez de marcharem pela Rua da Consolação, como é de costume, os manifestantes caminharam pela Rua Augusta.

O trajeto foi escoltado por policiais militares e a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET).

O ato também é uma homenagem a Flávio Jorge, histórico militante da Conen e do PT, um dos organizadores da Marcha nos anos anteriores. Ele faleceu no dia 6 de junho aos 71 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino.

Homenagem a Flávio Jorge, histórico militante da Conen e do PT, um dos organizadores da Marcha nos anos anteriores.
Homenagem a Flávio Jorge, histórico militante da Conen e do PT, um dos organizadores da Marcha nos anos anteriores. (Pedro Borges/Alma Preta)

Os organizadores da Marcha são o MNU, os Agentes de Pastoral Negros (APNS), a UNEAFRO, a Marcha das Mulheres Negras, a Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), a rede antirracista QUILOMBAÇÃO, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), a Coalizão Negra por Direitos e o Ilú Oba De Min.

Estavam presentes os parlamentares Bebel (PT), Erika Hilton, Orlando Silva (PCdoB), Bancada Feminista (PSOL), Luana Alves (PSOL), Monica Seixas (PSOL), Teonílio Barba (PT), Amanda Paschoal (PSOL), Keit Lima (PSOL) e a deputada federal Juliana Cardoso (PT).

Feriado nacional reconhece luta histórica do movimento negro

O Dia da Consciência Negra é uma proposta do movimento negro brasileiro em resposta ao sentido do 13 de maio, interpretado por esse setor como uma abolição inconclusa. Os precursores da ideia de uma nova data cívica para o movimento negro são os membros do Grupo Palmares, que idealizaram a Consciência Negra nos anos 1970. A ideia foi abraçada por outros grupos, como o Movimento Negro Unificado (MNU).

Em vez de marcharem pela Rua da Consolação, como é de costume, os manifestantes caminharam pela Rua Augusta, no centro de São Paulo.
Em vez de marcharem pela Rua da Consolação, como é de costume, os manifestantes caminharam pela Rua Augusta, no centro de São Paulo. (Pedro Borges/Alma Preta)

Em 2003, a partir da por meio da Lei 10.639, o “Dia Nacional da Consciência Negra” entrou para o calendário escolar nacional. Já em 2011, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a data nacional foi oficializada. Em 2015, o militante do Movimento dos Sem-Terra (MST), ligado ao movimento negro da Bahia, deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) protocolou na Câmara um projeto de lei que a instituição do feriado nacional da Consciência Negra.

O projeto do deputado foi mais tarde incorporado ao PL 3268/2021 do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Lei 14.759, em 21 de dezembro de 2023. Até a promulgação da lei, o Dia da Consciência Negra era feriado em apenas seis estados e em 1,2 mil municípios. Em todo o Brasil, a data e o mês de novembro recebem celebrações e protestos contra o racismo, sendo uma das mais tradicionais a marcha da marcha da Consciência Negra de São Paulo.

  • Pedro Borges

    Pedro Borges é cofundador, editor-chefe da Alma Preta. Formado pela UNESP, Pedro Borges compôs a equipe do Profissão Repórter e é co-autor do livro "AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar", vencedor do Prêmio Jabuti em 2020 na categoria Artes.

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