O Flamengo fez um post nas redes sociais nesta sexta-feira (21), Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, após o clube se recusar a assinar o manifesto contra declarações racistas de Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
A nota de repúdio foi divulgada pela Liga de Futebol Brasileiro (Libra) na quarta-feira (20). Entre os 17 clubes filiados à organização, apenas o Flamengo não assinou o manifesto.
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O 21 de março foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória às 69 vítimas fatais do “Massacre de Sharpeville”, que ocorreu em 1966, na África do Sul. No brasil, a data é considerada um marco da atuação do movimento negro pela conquista de direitos sociais e o combate ao racismo estrutural.
Nos comentários da publicação, torcedores lembraram a ausência do clube na assinatura e criticaram seu posicionamento. ‘No Dia Internacional contra a Discriminação Racial, o Flamengo não assina a nota contra o racismo… LAMENTÁVEL’, afirmou um usuário.
“Mas se posicionar contra a CONMEBOL não quiseram né?”, reclamou torcedor do rubro-negro.
Em nota oficial, o rubro-negro se manifestou justificando sua ausência, reafirmando o compromisso na luta contra a discriminação racial e no combate estrutural ao racismo, tanto em campo quanto fora dos estádios. A entidade argumentou que não assinou o manifesto porque defende que a ação deveria ser conduzida pela CBF e não apenas pelos clubes brasileiros.
“No entanto, entendemos que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos”, explica o clube na nota.
O clube acrescentou que mantém plena consciência de sua responsabilidade social e que busca ações estruturais que promovam um impacto positivo no esporte.
A nota também já tinha causado repercussão negativa nas redes sociais. Entre torcedores, usuários e fãs, houve críticas à atitude do time por não ter se unido aos demais clubes brasileiros.
Mermao, vão tomar no cu
— PCL (@PCL_2024) March 20, 2025
Era só uma rubrica numa porra de papel. Não adianta vir com papinho de CBF, de medida antiracista em contrato quando se há omissão na hora de meter a cara.
Só ver a postura da Leila pra entender o que se espera nesse caso.
Vergonhoso, patético
Posicionamento do clube
Antes da declaração de Alejandro, o dirigente do clube, Luiz Eduardo batista, já havia se manifestado, relativizando a situação do posicionamento da Conmebol sobre a ausência dos clubes brasileiros fora da competição.
“Achei o discurso adequado e ponderado. É sempre importante lembrar que, em que pese o racismo ser algo odioso e que no Brasil é crime, nos outros dez países da Conmebol não é. Eu entendo o desafio da Conmebol de lidar com dez governos que não têm a visão que o brasileiro teve. Ele colocou muito bem que é um aspecto cultural. Para nós no Brasil é crime e para eles não”, declarou o dirigente.
Com informações do O globo