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Flamengo recusa assinar manifesto antirracismo, mas celebra data contra discriminação racial

Documento contra fala racista de presidente da Conmebol foi assinado por 17 filiados à organização, com exceção do Flamengo
Imagem da sede do Flamengo na Gávea, no Rio de Janeiro.

Imagem da sede do Flamengo na Gávea, no Rio de Janeiro.

— Reprodução/Museu Flamengo

22 de março de 2025

O Flamengo fez um post nas redes sociais nesta sexta-feira (21),  Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, após o clube se recusar a assinar o manifesto contra declarações racistas de Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

A nota de repúdio foi divulgada pela Liga de Futebol Brasileiro (Libra) na quarta-feira (20). Entre os 17 clubes filiados à organização, apenas o Flamengo não assinou o manifesto.

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O 21 de março foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória às 69 vítimas fatais do “Massacre de Sharpeville”, que ocorreu em 1966, na África do Sul. No brasil, a data é considerada um marco da atuação do movimento negro pela conquista de direitos sociais e o combate ao racismo estrutural. 

Nos comentários da publicação, torcedores lembraram a ausência do clube na assinatura e criticaram seu posicionamento. ‘No Dia Internacional contra a Discriminação Racial, o Flamengo não assina a nota contra o racismo… LAMENTÁVEL’, afirmou um usuário.

“Mas se posicionar contra a CONMEBOL não quiseram né?”, reclamou torcedor do rubro-negro.

Em nota oficial, o rubro-negro se manifestou justificando sua ausência, reafirmando o compromisso na luta contra a discriminação racial e no combate estrutural ao racismo, tanto em campo quanto fora dos estádios. A entidade argumentou que não assinou o manifesto porque defende que a ação deveria ser conduzida pela CBF e não apenas pelos clubes brasileiros.

“No entanto, entendemos que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos”, explica o clube na nota.

O clube acrescentou que mantém plena consciência de sua responsabilidade social e que busca ações estruturais que promovam um impacto positivo no esporte.

A nota também já tinha causado repercussão negativa nas redes sociais. Entre torcedores, usuários e fãs, houve críticas à atitude do time por não ter se unido aos demais clubes brasileiros.

Posicionamento do clube

Antes da declaração de Alejandro, o dirigente do clube, Luiz Eduardo batista, já havia se manifestado, relativizando a situação do posicionamento da Conmebol sobre a ausência dos clubes brasileiros fora da competição.

“Achei o discurso adequado e ponderado. É sempre importante lembrar que, em que pese o racismo ser algo odioso e que no Brasil é crime, nos outros dez países da Conmebol não é. Eu entendo o desafio da Conmebol de lidar com dez governos que não têm a visão que o brasileiro teve. Ele colocou muito bem que é um aspecto cultural. Para nós no Brasil é crime e para eles não”, declarou o dirigente. 

Com informações do O globo

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