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Depois de desavença com policiais, Galo de Luta é perseguido, agredido e preso

Paulo Galo, líder do movimento Entregadores Antifascistas foi detido na manhã de domingo (28) após ser perseguido na estrada
Depois de desavença com policiais, Galo de Luta é perseguido, agredido e preso

Foto: Pedro Borges/Alma Preta Jornalismo

28 de março de 2021

Por Giovanne Ramos e Pedro Borges

Líder do movimento Entregadores Antifascistas, Paulo Galo foi detido nesta manhã de domingo (28) na Avenida Paulista, zona oeste da cidade de São Paulo. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.), Galo foi preso por desacato às autoridades e levado ao 078º Distrito Policial na região dos Jardins.

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O entregador foi insultado por uma viatura da polícia e respondeu às ofensas no bairro de Pinheiros, zona oeste de SP. Depois, Galo parou em uma lanchonete para comer e na saída se deparou com uma nova viatura da polícia. O ativista acreditou que fossem os mesmos agentes de segurança que o insultaram e fez um gesto obsceno para eles.

Galo entrou na Kombi, dirigiu sentido Raposo Tavares e a partir desse momento foi iniciada uma perseguição por parte dos policiais. Em versão dada pela Polícia Militar no Boletim de Ocorrência, Galo continuou dirigindo mesmo com ordem de parada, quando ainda na Raposo Tavares o pneu da Kombi foi atingido por tiros. O militante foi detido após perder o controle e bater com a Kombi na grade de proteção do prédio da FIESP, fato confirmado pelo supervisor de segurança do local.

O ativista diz que não parou o veículo porque estava próximo da Rodovia Raposo Tavares, em uma região de periferia, e temia pela abordagem dos policiais. “Se os caras tivessem me abordado lá (na periferia), a história teria sido diferente, talvez nem aqui eu estaria para trocar essa ideia (…), aqui eles têm outra postura”, desabafou.

Segundo o relato do ativista, mais de 8 viaturas da polícia participaram da perseguição. Quando o carro perdeu o controle e bateu no portão da FIESP, Galo foi agredido pelos policiais militares.

Em entrevista à Alma Preta, afirmou que os policiais atiraram nos pneus do seu veículo ainda na Raposo Tavares. Ele continuou a dirigir com a meta de chegar na Paulista, onde se sentia mais seguro por ter câmeras de segurança.

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De acordo com a sua assessoria, o ativista deixou a delegacia por volta das 12:16. Em depoimento à polícia, Galo afirmou se arrepender de ter ofendido os policiais e que não teve a intenção de danificar a grade de proteção da FIESP.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública confirmou o ocorrido e contou que Galo “assinou um termo circunstanciado e foi liberado. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal”.

O motoboy ativista

Paulo Lima ganhou o seu apelido por causa da moto 7 Galo que sonhava ter enquanto trabalhava como motoboy. Nasceu e cresceu no Jardim Guarau, periferia da zona oeste de São Paulo, onde é conhecido pelo seu envolvimento na cena hip hop e pelo grupo Entregadores Antifascistas, criado em 2020.

O nome do grupo começou a ter destaque no ano de 2020, quando Gallo e outros trabalhadores de aplicativos protagonizaram uma série de protestos contra a precarização dos entregadores e funcionários de apps como Uber Eats, Ifood e Rappi.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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