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Imobilizado e algemado, adolescente negro é retirado da escola por PMs

Caso aconteceu em escola estadual de Suzano, Grande São Paulo; Secretaria de Segurança Pública diz não ter localizado Boletim de Ocorrência sobre o episódio e não se posiciona

Imagem: Reprodução/Internet

Foto: Imagem: Reprodução/Internet

4 de março de 2022

Um adolescente da escola estadual Prof. Antônio Brasílio Menezes da Fonseca, localizada em Suzano (SP), foi imobilizado por três policiais militares e depois algemado. O caso ocorreu no dia 23 de fevereiro, quarta-feira, e foi registrado em vídeo por estudantes da escola.

Os três policiais se utilizam de técnicas de imobilização para colocar o adolescente contra a parede no corredor da escola. Os demais estudantes pedem para os agentes de segurança pública não agredirem o aluno.

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A co-vereadora da Bancada Feminista, Paula Nunes, se disse “indignada” diante das imagens. “O que mais me indignou foi não só tentar entender a razão pela qual isso aconteceu, e a polícia foi chamada, mas principalmente o que justificaria uma atitude dessas da Polícia Militar dentro de uma escola”.

“Eu não consigo conceber a entrada de policiais militares dentro da escola, sem que haja autorização da direção da escola, assim como eu não consigo conceber que a direção da escola autorize uma ação dessa, com esse nível de constrangimento, dentro de uma escola pública estadual”, completa.

Apeoesp, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, enviou um ofício com pedido de reunião com a direção da escola e a Secretaria Estadual de Educação para dialogar sobre o fato. O sindicato também almeja entender como a polícia militar entrou na instituição e se houve consentimento por parte da direção da unidade de ensino. A Apeoesp propôs uma reunião para o dia 2 de março, quarta-feira, mas não obteve retorno da direção da escola.

Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirma repudiar “toda e qualquer forma de violência e lamenta o ocorrido na EE Prof. Antônio Brasílio Menezes da Fonseca”. O órgão diz que o aluno foi transferido para outra escola da região, por escolha da mãe.

A Secretaria também indica que a equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Secretaria, “está à disposição para dar suporte ao aluno, caso a família opte pelo recurso, e o caso foi registrado no Placon, sistema que monitora a rotina das escolas da rede estadual”.

O órgão, contudo, não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o responsável pela autorização da entrada da polícia militar no espaço, os procedimentos da PM para a entrada em escolas, e as razões para a ação dentro da instituição de ensino.

Questionada sobre as razões da intervenção policial e a avaliação da conduta dos agentes de segurança pública, a Secretaria de Segurança Pública afirma não ter localizado o Boletim de Ocorrência do caso. O órgão aguarda um retorno da Polícia Militar desde 26 de Fevereiro para dar um posicionamento oficial sobre o fato.

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