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Indígenas guarani lutam por retomada de territórios ancestrais no Mato Grosso do Sul

A terra de Panambi Lagoa Rica foi delimitada em 2011, mas nunca foi demarcada; povos tradicionais têm forçado a conclusão do processo
Imagem mostra um desenho em uma parede, em que indígenas são atacados por policiais.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

16 de setembro de 2024

A disputa por demarcação de terras indígenas tem causado problemas às populações tradicionais do Mato Grosso do Sul. As ditas “retomadas” são áreas sagradas para os indígenas sul-mato-grossenses, consideradas como territórios ancestrais, ou “tekoha”. Essas áreas foram ocupadas pelos indígenas para pressionar o governo brasileiro a demarcar suas terras. 

Os conflitos por terras na região são uma realidade há décadas. De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), existem 21 terras indígenas guarani demarcadas no estado, com um total de 48 mil hectares. No entanto, há 11 terras que ainda não foram demarcadas, o que inclui a terra de Panambi Lagoa Rica, que é o epicentro dos conflitos recentes entre indígenas e fazendeiros.

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A terra de Panambi Lagoa Rica foi delimitada em 2011, mas nunca foi demarcada. Em resposta, os Guarani decidiram tomar a iniciativa e forçar a conclusão do processo. No entanto, um grupo de pessoas que se opõe à retomada montou acampamentos para dissuadir os indígenas de deixar a área. Além disso, homens da Força Nacional de Segurança estão no local.

Segundo informações da Agência Brasil, o grupo armado é formado por produtores rurais, jagunços e pessoas movidas por ideais anti-indígenas. A assembleia indígena denuncia que esse grupo é uma “agromilícia” que promove tiroteios, terror psicológico, agressões físicas e violências variadas, incluindo ameaças de agressões sexuais a meninas e mulheres indígenas.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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