A disputa por demarcação de terras indígenas tem causado problemas às populações tradicionais do Mato Grosso do Sul. As ditas “retomadas” são áreas sagradas para os indígenas sul-mato-grossenses, consideradas como territórios ancestrais, ou “tekoha”. Essas áreas foram ocupadas pelos indígenas para pressionar o governo brasileiro a demarcar suas terras.
Os conflitos por terras na região são uma realidade há décadas. De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), existem 21 terras indígenas guarani demarcadas no estado, com um total de 48 mil hectares. No entanto, há 11 terras que ainda não foram demarcadas, o que inclui a terra de Panambi Lagoa Rica, que é o epicentro dos conflitos recentes entre indígenas e fazendeiros.
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A terra de Panambi Lagoa Rica foi delimitada em 2011, mas nunca foi demarcada. Em resposta, os Guarani decidiram tomar a iniciativa e forçar a conclusão do processo. No entanto, um grupo de pessoas que se opõe à retomada montou acampamentos para dissuadir os indígenas de deixar a área. Além disso, homens da Força Nacional de Segurança estão no local.
Segundo informações da Agência Brasil, o grupo armado é formado por produtores rurais, jagunços e pessoas movidas por ideais anti-indígenas. A assembleia indígena denuncia que esse grupo é uma “agromilícia” que promove tiroteios, terror psicológico, agressões físicas e violências variadas, incluindo ameaças de agressões sexuais a meninas e mulheres indígenas.