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Indígenas Karipuna denunciam aumento de invasores no território

Segundo relatos, barcos que chegam cheios e voltam vazios têm sido avistados na região
Imagem aérea mostra um rastro de ação ilegal na terra indígena karipuna

Imagem aérea mostra um rastro de ação ilegal na terra indígena karipuna

— Lideranças karipuna / Divulgação

31 de janeiro de 2024

Os Karipuna de Rondônia, um dos povos indígenas mais reduzidos no Brasil, atualmente composto por apenas 62 pessoas, identificaram recentemente a presença de uma clareira em seu território. O sinal confirma a invasão de indivíduos que se dirigem à região em busca da exploração de recursos. 

A área desmatada está localizada próxima aos igarapés de Fortaleza, ao norte da Terra Indígena (TI), onde os Karipuna sempre cultivaram açaí e castanha como meio de subsistência. 

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Outro ponto destacado pelos indígenas é o fato de a clareira estar próxima à estrada de acesso aos centros urbanos, impedindo os Karipuna de circular livremente ou até mesmo deixar o território para comprar alimentos nas cidades ou resolver outras pendências. O receio é cruzarem com os invasores e serem alvo de violências.

Segundo denúncia publicada na Agência Brasil, “barcos que chegam cheios e voltam vazios” também têm sido avistados na TI Karipuna. Conforme informações de uma das lideranças, esse pode ser mais um indício da tentativa de tomada da região por objetivos econômicos.

O representante informou ainda que denunciou a situação de vulnerabilidade do território à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no ano passado e que foi acionado o Ministério Público Federal (MPF), órgão que pode apresentar denúncia e pedir providências às instâncias competentes.

Conforme registros do Instituto Socioambiental (ISA), os limites da Terra Indígena são delimitados pelos rios Jacy-Paraná e seu afluente pela margem esquerda, o rio Formoso (a leste); pelos igarapés Fortaleza (ao norte), do Juiz e Água Azul (a oeste); e por uma linha seca ao sul, conectando este último igarapé às cabeceiras do Formoso.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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