O desenvolvimento da inteligência artificial (IA) deve afetar quase 40% dos empregos em todo o mundo, segundo análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada na semana passada.
O estudo “Geração IA: Inteligência Artificial e o Futuro do Trabalho” mostra que essa parcela será ainda mais acentuada em países desenvolvidos, que estão mais expostos a esse tipo de tecnologia. Em alguns casos, a cifra pode chegar a 60% de cargos afetados.
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Para os países emergentes, como o Brasil, será algo próximo a 40%, e para os países com uma economia fragilizada, o FMI prevê algo entorno de 26%. Os dados sugerem que esses mercados enfrentam menos impactos imediatos causadas pela IA.
Ao mesmo tempo, o texto ressalta que muitos destes países não possuem infraestruturas ou mão de obra qualificada para aproveitar os benefícios da IA, aumentando o risco de que, com o tempo, a tecnologia possa agravar a desigualdade entre as nações.
O relatório adverte também que a inteligência artificial pode acentuar as disparidades salariais. Ou seja, segundo a organização, trabalhadores que já possuem rendimentos elevados podem experimentar um aumento salarial que supera a proporção dos ganhos de produtividade gerados por essa tecnologia.
Para a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, apesar da preocupação gerada pelos dados alarmantes, a implementação de políticas que visem explorar o amplo potencial da inteligência artificial pode ser uma alternativa para contornar a situação, considerada inevitável por diversos especialistas.
Em dezembro de 2023, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deu início à revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) para nortear as prioridades do Brasil em torno do tema.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atual taxa de desemprego no país é de 7,7%. No primeiro trimestre de 2023, a cifra de desocupação foi maior entre pretos (10,1%) e pardos (11,3%), enquanto entre os brancos, o número registrado foi de 6,8%.