No domingo (16), o jornal inglês The Sun definiu a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) como a “força policial mais perigosa do mundo”. Com a participação da diretora-executiva da Conectas, Camila Asano, a reportagem explora o recrudescimento da letalidade policial na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A publicação “Ruas de Sangue: Por dentro da força policial mais perigosa do mundo, com crianças mortas a tiros, suspeito jogado de pontes e policiais que ‘querem assassinatos no currículo’”, em tradução livre, explora casos de violência da PMSP que ganharam notoriedade no último ano, como o assassinato do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas, de 22 anos, na Zona Sul da capital.
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Outros três episódios são citados pela reportagem, incluindo a morte do menino Ryan, de 4 anos, durante uma ação da polícia em Santos, no litoral sul de SP.
O jornal salienta a atuação do secretário de segurança pública Guilherme Derrite como responsável por ordenar a atuação das polícias Militar e Civil no estado.
“Derrite tem uma reputação assustadora e costumava fazer parte da ROTA, um batalhão da polícia militar da cidade famoso por seu rastro de morte. Ele já era investigado por 16 mortes durante operações da ROTA nas quais esteve envolvido, segundo a revista Piauí”, diz trecho da reportagem.
Em entrevista, Camila Asano explica que, tanto Freitas como Derrite, já deram declarações incitando a truculência e a violência nas abordagens. Para a diretora-executiva, a prática preocupa e pode alimentar a violência já existente na polícia militar paulista.
Segundo informações do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), a PMSP apresentou um aumento de 71% nas mortes por policiais no primeiro semestre de 2024.
O período coincide com as operações Escudo e Verão, deflagradas entre janeiro e março de 2024 nas cidades da Baixada Santista. As ações também são citadas na matéria do The Sun, que as classificou como “vingança” pela morte de policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).
A matéria ainda descreve o batalhão da Rota como “um batalhão da polícia militar da cidade famoso por seu rastro de morte”.