Igor Barcelos Ortega, de 22 anos, teve o sonho de abrir uma lanchonete interrompido quando foi condenado a 15 anos de prisão sob a acusação de roubo de um carro e a tentativa de latrocínio contra um policial militar em Guarulhos, na Grande São Paulo, em 2016. Três anos depois, em julho deste ano, a defesa do jovem conseguiu um habeas corpus para que ele responda ao processo em liberdade.
Para recomeçar a vida e ajudar a família em busca de provar sua inocência e limpar o seu nome, Igor criou uma vaquinha online para investir no próprio negócio. O objetivo é arrecadar R$ 6 mil até janeiro de 2020.
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“Venho pedir a ajuda a vocês para que possam me ajudar a realizar meus sonhos. Tenho um projeto que foi roubado de mim há três anos por uma injustiça feita por esse Estado racista e preconceituoso. Quero abrir uma lanchonete no meu quintal para conseguir seguir minha vida e ajudar a minha família que tanto esteve comigo nesses 3 anos de luta”, conta o jovem, no site da vaquinha.
Condenação com provas frágeis
No dia 2 de outubro de 2016, Igor Barcelos Ortega estava com um amigo e o irmão voltando de uma festa quando foi surpreendido por tiros vindos de um carro na avenida Sezefredo Fagundes, na região do bairro Jardim Corisco, na periferia da Zona Norte de São Paulo.
Com um tiro no tornozelo esquerdo, Igor foi levado ao Hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã, também na Zona Norte da capital. Policiais militares foram à unidade hospitalar e fotografaram o rapaz no leito.
Os PMs mostraram a fotografia para o dono de um carro roubado na rua Monsenhor Paulo, no Jardim Marilena, na cidade de Guarulhos, que disse ter reconhecido Igor. O jovem foi acusado de participar do crime e também de uma tentativa de latrocínio, roubo seguido de morte, contra o policial Felipe Bruno dos Santos Peres, na rua Pedro de Toledo, também em Guarulhos, ocorrida depois do roubo do automóvel.
Em junho de 2017, Igor foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a 15 anos de prisão e a família junto a defesa do jovem contestou a perícia e as provas usadas para incriminá-lo. Uma delas era o local onde Igor foi baleado e atendido, que fica a mais de 12 km de distância da rua onde houve o roubo e a tentativa de latrocínio contra o PM.
Em julgamento no 30 de julho de 2019, a justiça determinou que as provas sejam novamente analisadas para concluir cientificamente se Igor participou ou não dos crimes. O jovem recebeu liberdade para aguardar a reavaliação do caso e continua na luta para provar que é vítima de um erro da justiça paulista.
Os interessados em contribuir com a arrecadação de dinheiro para a abertura da lanchonete de Igor, podem acessar o site da vaquinha. A plataforma aceita doações via boleto bancário e cartão de crédito.