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LATAM é condenada por se omitir em caso de racismo sofrido por ex-funcionário

Justiça compreendeu que a omissão da empresa ultrapassou os limites que exigem respeito à dignidade no trabalho

Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Agência Brasil

Parede com led escrito "LATAM" com fundo escuro

20 de maio de 2021

A Comissão processante da Secretaria Estadual de Justiça de São Paulo condenou a LATAM Linhas Aéreas a pagar multa no valor entre R$ 14 mil e 28 mil por não tomar providências e se omitir em relação a um caso de racismo sofrido por um funcionário xingado de “macaco” durante o expediente de trabalho, em 2015. A forma como o valor da multa será pago não foi divulgada.

O ex-funcionário da empresa, José Roberto dos Santos, denunciou a situação e recebeu uma indenização de R$ 10 mil na época. A companhia aérea se comprometeu a orientar e a treinar funcionários a respeito de práticas racistas e, segundo o profissional, não houve resultados.

Três meses depois do pagamento da indenização, José Roberto foi demitido e enfrentou dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho. “Eles agem como se eu fosse o problema”, diz o ex-funcionário, que criou um perfil no LinkedIn a fim de se conectar com outros profissionais da área, mas sem sucesso. Hoje, José atua como porteiro no centro de São Paulo.

A vítima acredita que ter denunciado a LATAM o prejudicou para se recolocar no mercado de trabalho. Na avaliação do profissional, boa parte das empresas que pregam a importância da diversidade não estão realmente prontas para lidar com funcionários que questionam erros.

Leia também para entender o caso: Vítima de racismo, ex-funcionário da LATAM pede condenação da empresa

Com a nova condenação, a expectativa de José Roberto é de que a LATAM reconheça que houve racismo e que não se posicionou como deveria para evitar o ocorrido. “A empresa foi omissa e eu espero que ela mude a sua postura e faça campanhas para que os funcionários sejam reeducados”, almeja.

Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a companhia aérea disse que “se manifestará nos autos do processo” e “reafirma que nunca praticou ação discriminatória”. “A LATAM trabalha constantemente para desenvolver um ambiente cada vez mais inclusivo dentro e fora da empresa, oferecendo todo o respaldo para os funcionários se posicionarem a respeito de situações que vão contra a sua política, que não tolera qualquer tipo de discriminação e/ou assédio”, reforça o comunicado da empresa.

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