Técnicos responsáveis pela busca de materiais contam que cerca de 80% do fóssil foi preservado; Luzia é o fóssil mais antigo das Américas, com mais de 12.500 anos
Texto / Pedro Borges
Imagem / Reprodução
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
O fóssil de Luzia, uma das peças mais importantes do acervo do Museu Nacional, foi encontrado por técnicos durante as buscas feitas nos escombros do prédio, vítima de um incêndio no dia 2 de setembro.
A direção do Museu Nacional investiu cerca de R$ 9 milhões nessas buscas, que localizaram cerca de 80% do fóssil Luzia. Foram encontradas partes do crânio e do fêmur, importante osso da perna. O trabalho de montagem, porém, ainda não foi iniciado.
O Museu Nacional tem orçado a necessidade de mais de R$ 300 milhões para a reconstrução do espaço. Para a fachada, uma das principais partes históricas, foi solicitado cerca de R$ 56 milhões.
O acervo do prédio também tinha outros itens de importância para a história africana e afrobrasileira. A exposição Kumbukumbu, com objetos trazidos de diferentes partes do continente africano, entre 1810 e 1940, também estava entre as peças vítimas do incêndio.
Luzia foi encontrada na década de 1970 em uma gruta em Lagoa Santa-MG. Pesquisadores acreditam que ela teria entre 12,5 e 13 mil anos. A longevidade do fóssil, o humano mais antigo já encontrado, alterou inclusive teorias sobre a povoação no continente americano.
O fóssil também tem uma característica especial para a comunidade negra. Luzia, segundo pesquisadores, tem traços negróides e cabelo crespo, ou seja, era uma mulher negra.