Pela primeira vez, pesquisadores votaram para alterar o nome científico de mais de 200 espécies de plantas que faziam referência a um termo racista. A votação ocorreu na última quinta-feira (18) durante o Congresso Botânico Internacional em Madri, na Espanha. As mudanças passarão a valer a partir de janeiro de 2026.
Os botânicos optaram por mudar a palavra “caffra”, presente em algumas plantas de origem africana. A palavra árabe que significa “infiel” é considerada um insulto étnico e, originalmente, era usada para falar de não muçulmanos.
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A expressão ganhou forte conotação racista na África do Sul durante o Apartheid, regime de segregação racial que perdurou no país entre 1948 e 1994. A partir de 2026, as espécies que possuem o nome “caffra” terão a letra “c” removida e passarão a se chamar “affra”, para destacar sua origem africana.
A votação contou com a participação de 556 botânicos, dos quais 351 votaram a favor da mudança e 205 contra. Embora a alteração tenha sido aprovada para as espécies com o nome “caffra”, ela não se estendeu a outros nomes controversos de plantas e animais.
Ao longo da história, cientistas que estudam insetos, por exemplo, abandonaram os termos “mariposas ciganas” e “formigas ciganas”, considerados depreciativos para o povo cigano.