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Manifestação cobra justiça para babá agredida e mantida em cárcere

Manifestantes se reuniram em frente ao prédio de Melina Esteves França, que é acusada de agressão e de manter a babá em cárcere privado; Outras funcionárias também denunciaram a ex-patroa por agressão

Texto: Redação | Foto: Reprodução/Rede Bahia

Melina Esteves é acusada de agredir babá negra

30 de agosto de 2021

Um grupo de manifestantes se reuniu em frente ao prédio Villa Anaití, no bairro do Imbuí, Salvador, onde vive mulher acusada de maus tratos por quatro dométicas. O ato, realizado no domingo (29), foi motivado pelo caso da babá Raiana Ribeiro, que se jogou do terceiro andar para escapar de agressões da ex-patroa, identificada como Melina Esteves França.

No local, estiveram presentes representante de movimentos sociais como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que têm cobrado a responsibilizção judicial de Melina Esteves, que também é acusada de cárcere privado. “A exploração, a pobreza, tem a cor negra, enquanto o racismo tem pele branca. Essas pessoas se acham donas e proprietárias do corpo negro, acham que podem fazer o que bem entender”, disse uma das manifestantes. Durante o protesto, outros moradores também saíram do prédio para se juntar aos manifestantes.

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O caso veio à tona depois que a babá Raiana Ribeiro se jogou do terceiro andar de um prédio e apontar a ex-patroa Melina Esteves França de agressão e cárcere privado. Raiana, que cuidava das filhas trigêmeas da ex-patroa, estava há apenas uma semana no trabalho quando comunicou à Melina que iria procurar outro emprego. Após receber a notícia, Melina teria começado a agredir a babá e a trancou dentro do banheiro, de onde Raiana saiu e se jogou. Antes de pular, Raiana chegou a enviar um áudio pedindo ajuda para familiares.

“Oh, meu Deus, chama a polícia. Eu estou sendo agredida aqui. Estou sendo agredida aqui, nega, no trabalho, no Imbuí. Chama a polícia, chama a polícia, por favor, por favor”, pediu a jovem, que teve o celular retido pela patroa.

Depois da repercussão do caso de Raiana, outras quatro ex-babás de Melina Esteves estiveram na delegacia para prestar queixa também por agressão. Elas também acusam a ex-patroa de não pagar os salários.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho têm investigado o caso para apurar as denúncias das babás. Em depoimento, Melina Esteves admitiu que agrediu Raiana, porém, justificou dizendo que a babá teria batido nas filhas dela.

Imagens de câmeras de segurança dentro do apartamento e os depoimentos das ex-funcionárias serão analisadas pela Justiça. Caso seja denunciada, Melina Esteves pode responder por cárcere privado e trabalho análogo à escravidão.

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