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Marca Bombril recria produto com nome racista e gera campanha de repúdio

17 de junho de 2020

Uma das maiores empresas do setor de limpeza possui longo histórico de propagandas racistas; esponja recriada faz referência ao cabelo crespo

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Reprodução

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A Bombril, uma das maiores empresas do setor de limpeza, está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais nesta quarta-feira (17) devido à divulgação de um anúncio com explícitas conotações racistas para uma esponja de lavar louças. O nome da esponja faz referência ao tipo de cabelo crespo, fenótipo comum entre negros.

A marca é responsável por uma série de campanhas publicitárias com black face desde as décadas de 1980 e 1990. Segundo a empresa, o nome “Krespinha” já havia sido usado em 1952.

“Em pleno momento de manifestações antirracistas, temos uma ação dessas que acaba por legitimar a importância do nosso ato. Ao mesmo tempo que me faz pensar a legitimidade que essas pessoas têm de se manifestarem de forma tão racista como essa”, diz Denna Souza, integrante do coletivo Manifesto Crespo, que existe há nove anos.

Em 2019, a Bombril teve um prejuízo de R$ 40 milhões, sendo R$ 5,3 milhões só no quarto trimestre. No entanto, o histórico na empresa não era dos piores. Após reajuste no preço dos seus produtos, a empresa faturou R$ 285,8 milhões no terceiro trimestre de 2018.

Procurada pelo Alma Preta, a Bombril não comentou a repercussão do relançamento da esponja “Krespinha”. Ainda na manhã desta quarta-feira, a propaganda que dizia que a esponja era “perfeita para a limpeza pesada” e “sem esforço” foi retirada do site.

A empresa, com sede em São Bernardo, no ABC Paulista, é dona das seguintes marcas: Bombril, Brillo, Força Azul, Kalipto, Krespinha, Limpex, Limpol, Mon Bijou, Pinho Bril, Polibril, Prá-Lixo, Q’Brilho, Q’Lustro, Remobril, Sapólio Radium e Vantage.

Após a repercussão negativa do produto, a Bombril se pronuncionou publicamente e afirmou que “não houve a intenção em ferir ou atingir qualquer pessoa”. Segundo a empresa, “não há mais espaço para manifestações de preconceitos, sejam elas explícitas ou implícitas”.

* Texto alterado às 16h32 para a inclusão do comunicado da Bombril.

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