No domingo (26) a Zona Sul do Rio de Janeiro vai receber uma manifestação com dezenas de movimentos sociais e favelas.
Texto / Solon Neto e Pedro Borges
Imagem / Reprodução
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A concentração para a manifestação está prevista para acontecer a partir das 10h no bairro de Ipanema, na altura do Posto 8. Na mesma data, na praia de Copacabana, há também uma manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), que vive crise política no governo.
Gizele Martins, jornalista do movimento de favelas do Rio Janeiro, falou ao Alma Preta sobre a expectativa sobre a marcha e também a atual situação social vivida na cidade do Rio de Janeiro.
“No Rio a gente tem um governador que não só verbaliza que tem que matar essa população vulnerável, que é a população da favela, que é a população negra”, afirmou Gizele.
Para ela, o governo tem uma postura genocida. Gizele recorda, como exemplo dessa postura, do episódio em que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), publicou em suas redes sociais um vídeo em que subiu em um helicóptero ao lado de policiais durante operação em Angra dos Reis em que tiros foram disparados da aeronave.
“Nos primeiros quatro meses deste ano nós já tivemos mais de 400 casos de auto de resistência. Ou seja, os piores índices, os piores números dos últimos 20 anos. Isso é assustador”, aponta a jornalista, que reitera que essas mortes são de moradores de favela, pobres e negros.
Gizele Martins ainda ressalta que os movimentos sociais devem colocar essas populações no centro de seu debate, reafirmando a denúncia do genocídio negro e pobre no Brasil.
“Um ato como esse, na Zona Sul, na Zona Norte, na Zona Oeste, seja lá onde for, um ato precisa ser feito”, conclui.