Cerimônia foi motivada pela aprovação das cotas raciais na Universidade de São Paulo (USP). Jupiara Castro e Maria José Menezes são integrantes históricas do Núcleo de Consciência Negra com sede na USP.
Texto e Foto / Pedro Borges
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Maria José Menezes e Jupiara Castro, ativistas históricas do movimento negro, foram homenageadas no dia 13 de Julho, no Núcleo de Cultura Afro-Brasileira da USP. A cerimônia foi organizada pelos professores e estudantes que compõem o Núcleo de Consciência Negra com sede na universidade.
A entrega do prêmio foi motivada pela adoção das cotas raciais pela USP, última das três universidades estaduais paulistas a aderir ao sistema. Jupiara Castro é a única mulher fundadora do Núcleo de Consciência Negra, em Novembro de 1977, organização que pauta a política de cotas na universidade há décadas. Maria José Menezes, conhecida de maneira carinhosa como Zezé, entrou no grupo em 2009 e desde então é uma das figuras mais atuantes da entidade.
Beatriz Souza, estudante de Geografia da USP e integrante do Núcleo de Consciência Negra, acredita que a conquista das cotas raciais na universidade também se deve ao trabalho e à luta das duas, e destaca a importância das homenageadas para a juventude negra.
“Tanto a Jupiara quanto a Maria José são responsáveis pela formação política de muito de nós e de tantos alunos que já passaram pelo núcleo. Elas são pessoas muito importantes e são exemplos para todos nós. Essa homenagem foi uma pequena representação do que sentimos em relação a elas”, explica Beatriz.
Maria José Menezes, bióloga e ativista histórica do movimento negro, enaltece a alegria em receber o carinho de todas e todos que estiveram presentes. “Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Muito carinho, respeito mútuo e cumplicidade. Estava “em casa” e com meu povo. Quer coisa melhor?”.
Pinguim, coordenador do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira, coordena a cerimônia de homenagem à Maria José Menezes e Jupiara Castro (Foto: Pedro Borges/Alma Preta)
A felicidade é também compartilhada por Jupiara Castro, ativista e fundadora do núcleo, que ressalta o clima, a presença de pessoas próximas, e acredita que a homenagem tenha sido uma forma de recordar todas as mulheres negras que atuam na luta antirracista na universidade.
“Eu acho que a homenagem não foi só para mim ou a Zezé, mas para todas as mulheres negras que já participaram do Núcleo de Consciência Negra da USP. Sem a força de todas nós, essas lutas não poderiam ser vencidas”, afirma Jupiara.