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Média de vida em bairro rico de SP é até 22 anos maior do que na periferia

Segundo o Mapa da Desigualdade 2021, um residente do bairro da Zona Oeste vive 80 anos, em média, e quem mora no extremo da Zona Leste vive 58 anos

Texto: Redação | Imagem: Reprodução

Mapa da Desigualdade em bairros de São Paulo

28 de outubro de 2021

Um morador do Alto de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, vive cerca de 22 anos a mais do que um morador da Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste. É o que mostra o Mapa da Desigualdade 2021, estudo divulgado na última semana pela Rede Nossa São Paulo. No bairro de classe média alta, a idade média ao morrer é de 80,9 anos, já na outra ponta da cidade, o mesmo indicador é de 58,3 anos.

“A questão da desigualdade, em todas as suas expressões, a mais cruel delas é a desigualdade na distribuição da violência fatal. Porque a morte não tem remédio e ela acomete de forma desigual as pessoas a partir de onde elas vivem”, reflete Roberta Astolfi, consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pesquisadora e especialista em violência, segurança pública e direitos humanos.

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O cálculo utilizado para a média de idade é igual à soma das idades ao morrer dividida pelo número total de mortes. Depois, é estabelecido o “Desigualtômetro”, que mede a distância entre o melhor e o pior indicador. A média utilizada na pesquisa é diferente da “expectativa de vida”, que é uma projeção do número de anos que a população de um local deve viver caso sejam mantidas as mesmas condições do nascimento. 

O Mapa da Desigualdade é desenvolvido pela Rede Nossa SP anualmente desde 2012. Ele compara dados públicos sobre os 96 distritos de São Paulo com objetivo de ampliar o acesso às informações e auxiliar na elaboração de políticas públicas.

Mortalidade por Covid-19

Em 2020, outro aspecto analisado pelo Mapa da Desigualdade foi a mortalidade pela Covid-19. O pior bairro nesse quesito foi o Parque do Carmo, na Zona Leste, com uma média de 23,4% de mortes por coronavírus em relação ao total de óbitos. Morreram 2,2 vezes mais pessoas pela doença na região do Parque do Carmo do que em Engenheiro Marsilac, por exemplo. 

A análise demonstra que, no último ano, os distritos que concentram maior proporção de óbitos são distritos com demografia mais jovem, dentre eles, lidera o ranking o distrito de Iguatemi, com 48,7% da população jovem e 20,8% de óbitos por Covid-19. Segundo a pesquisa, essa distribuição vai na contramão dos grupos de maior risco da doença (os mais idosos), evidenciando que o fator território teve um peso significativo. 

Piores indicadores nas periferias
Dos dez bairros que mais aparecem com os piores índices de educação, saúde, habitação e mobilidade, sete estão localizados na periferia da cidade: Iguatemi, Parelheiros, Jardim Ângela, Brasilândia, Marsilac, Perus e Lajeado. 

“Numa cidade como São Paulo, a gente percebeu que existe uma comorbidade que é o local onde essa pessoa mora, as áreas periféricas que distritos que estão mais nas periferias tem uma determinada comorbidade, que é habitação precária, que é saúde e educação de uma menor qualidade, oferta de infraestrutura de água, de esgotamento sanitário”, afirma Jorge Abrahão, coordenador geral da Rede Nossa SP. 

Já entre os bairros com melhores índices, nenhum está localizado na periferia da cidade. Moema, República, Vila Mariana, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros e Santo Amaro estão entre os sete melhores.

Leia também: Mais de 90% da população reconhece que negros têm mais chances de sofrer violência policial

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