PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Medidas de proteção ao povo Yanomami serão intensificadas, diz governo

O presidente brasileiro afirmou que a proteção e o cuidado a esta população é uma das prioridades do governo desde o início da gestão
Imagem mostra indígenas reunidos durante o IV Fórum de Lideranças Yanomami e Ye´kuana, em 2023

Foto: Evilene Paixão / Hutukara

26 de dezembro de 2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou, na sexta-feira (22), que os órgãos federais reforcem as medidas de proteção ao povo indígena Yanomami, além de combater o garimpo ilegal na região de Roraima e Amazonas. O presidente afirmou que a proteção e o cuidado ao povo Yanomami é uma das prioridades do governo desde o início da gestão.

A medida, que ocorreu após um balanço das ações implementadas nos dois estados durante o ano de 2023, veio após a decisão da Justiça Federal de Roraima determinar que a União crie um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na terra indígena. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A decisão atende ao pedido do Ministério Público Federal (MPF), feito no dia 17 de dezembro, diante da permanência de invasores no território, o que afeta a segurança, a saúde e a vida dos povos indígenas.

Segundo o órgão, a retirada dos garimpeiros foi determinada pela Justiça no âmbito de ação civil pública ajuizada pelo MPF contra os órgãos federais, em 2020, “com o objetivo de garantir a edição e a implantação de plano emergencial de ações de monitoramento territorial efetivo na terra indígena”. 

A medida deveria viabilizar o combate a ilícitos ambientais e a retirada de infratores. No entanto, de acordo com o MPF, ainda “há diversos relatos de aliciamento, prostituição, incentivo ao consumo de drogas e de bebidas alcoólicas e até estupro de indígenas por parte dos garimpeiros”.

Medidas realizadas em 2023

Além da violência mencionada pelo MPF, segundo o governo federal, em 2023 foi reconhecida a situação sanitária e nutricional grave da população Yanomami. Como parte das medidas adotadas, foi estabelecida a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-6 Yanomami), coordenado pelo Ministério da Saúde. 

A pasta também conduziu 13 mil atendimentos para indígenas que se encontravam em situação grave de abandono. Além disso, foram enviadas 4,3 milhões de unidades de medicamentos e insumos, aplicadas 52.659 doses de vacinas e mobilizados 1.850 profissionais de saúde. 

O governo também citou como destaque a operação Buruburu, que desarticulou o esquema de logística aérea utilizada pelos garimpeiros, com envolvimento de empresários, traficantes de drogas e armas, pilotos, mecânicos e distribuidoras de combustível aeronáutico. Todos os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Roraima, e quase R$ 308 milhões dos investigados foram bloqueados. 

Além disso, no total, a Polícia Federal realizou 13 operações, cumprindo 114 mandados de busca e apreensão, resultando em 175 prisões em flagrante e na apreensão de bens no valor de R$ 589 milhões. Atualmente, estão em andamento outras 387 investigações.

Por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o destaque foi a Operação Xapiri, de combate os crimes ambientais, que combateu garimpos ativos e interrompeu as principais rotas comerciais, linhas de suprimento e entrepostos logísticos ligados à produção do garimpo, entre outras ações de fiscalização. 

Participaram da reunião os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e das ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, além de representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de outros ministérios.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano