Mesmo com a chuva que atinge Salvador, manifestantes, centrais sindicais e líderes políticos se reuniram neste sábado (24) no Largo do Campo Grande. O quarto ato nacional pelo “Fora Bolsonaro” pede o impeachment do presidente e a maior disponibilização de vacinas contra a Covid-19. Protestos foram realizados também em outros 40 municípios da Bahia.
Em três trios elétricos, o ato seguiu sob o lema “Vacina no braço, comida no prato” e foi marcada pelo repúdio às denúncias que envolvem o superfaturamento na compra das vacinas pelo governo federal. O Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e o Sindicato dos trabalhadores dos Correios também foram às ruas para pedir o fim da privatização das estatais.
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Durante o protesto, manifestantes, que faziam o uso de máscaras e álcool gel, também ecoaram a insatisfação com o fim do auxílio emergencial e prestaram memória às quase 550 mil vidas perdidas em razão da Covid-19.
Representante do movimento negro, a presidenta nacional da UNEGRO, Ângela Guimarães reforçou o chamado da população para as ruas para pedir o retorno do auxílio emergencial e condições dignas diante da má gestão durante a pandemia. Para ela, a situação atual é “inaceitável”.
“A expectativa da UNEGRO é que a pressão popular cada vez se amplie mais para que a gente possa, de fato, conseguir algo central para assegurar a preservação da vida do povo brasileiro que é o impeachment de Bolsonaro. As condições estão dadas, há provas e muitos elementos que comprovam a corrupção na aquisição de vacinas, o manejo intencionalmente perverso para gerar um número crescente de mortes e medidas que vem a colocar a população em desespero, como o corte no auxílio emergencial. Essa situação é inaceitável, é insustentável, precisamos de uma mudança para que a vida da população esteja no centro”, destacou Ângela.
Membros da comunidade LGBTQIA+ pediram respeito e a garantia de direitos conquistados ao longo dos anos. O ativista pelo movimento ‘Evangelicxs pela Diversidade’ Alan Di Assis defendeu a liberdade da comunidade no âmbito religioso.
“A gente também está aqui para falar que Deus não é propriedade de ninguém, muito menos desses coronéis da fé, desses que servem a esse sistema de morte que está posto. O Deus que a gente crê é um Deus que gera vida e é um Deus que criou a diversidade e celebra ela”, pontuou o ativista, que também é jornalista.
Esporte contra o fascismo
A comunidade esportiva também se fez presente, como o grupo Bahia Antifascista que exibiu uma bandeira com a imagem do Mestre Moa, que foi assassinado em 2018 por um eleitor de Bolsonaro durante uma discussão política.
O coletivo Brigada Marighella, do Vitória, apontou a importância da manifestação dos clubes esportivos para o combate de todos os tipos de preconceito.
“A força de mobilização do futebol pode ser usada também para determinadas questões como o racismo, homofobia, machismo e também para mudar esse caráter elitista de alguns esportes -como o futebol – e transformá-los em atividades populares, como são as arquibancadas e a gestão dos clubes”, disse um membro do coletivo rubronegro, que não quis se identificar.
O ato terminou em frente à Praça Tomé de Souza, local onde está instalada a Prefeitura de Salvador, sob o som do grupo Voz dos Tambores e demais grupos musicais. Ainda não foi divulgada a estimativa de presentes no ato realizado nas cidades baianas.
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